terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Não existe nada melhor do que...


Sempre ouvir as pessoas dizerem: "Não existe nada melhor do que isso, ou aquilo, ou aquilo outro". Eu mesma, por várias vezes, afirmei que não existe nada melhor do que alguma coisa. Mas ontem, quando cheguei em casa depois da agência, sentei no sofá, tirei o tênis, respirei e pensei: "Nada melhor do que chegar em casa e relaxar no silêncio desse apartamente vazio". Mas ao mesmo tempo eu sentia fome, sono, sede e vontade de tomar um banho pra aliviar o calor do dia. Aí pausei e pensei: Não existe nada melhor do que fazer aquilo que você quer fazer na hora que dá vontade. Para ser clara, nada melhor do que tomar banho de piscina no calor, viajar nas férias, respirar no final do trabalho, tomar cerveja no sábado, fumar um cigarro no ápice do estress, tomar água na hora sede, dormir quando o sono bater forte, abraçar a família depois da saudade, não tem nada pra fazer. Conclusão: tudo aquilo que fazemos quando estamos com vontade é a melhor coisa do mundo e não há nada que supere o prazer de ser voluntário, espontâneo e satisfatório.

Laura Santos
ao som de Grapevine Fires - Death Cab for Cutie

[evamoquevamorumosóDeussabeoonde]

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

2010 para você.

Eu te desejo 2010 dias para sonhar. Desejo 2010 amores aos quais você se entregue, amigos em quem você confie, primos que te façam rir. Te desejo 2010 cervejas geladas, churrascos aos sábados e sol. Desejo 2010 sorrisos e beijos doados. Desejo 2010 presentes ganhos e dados, 2010 viagens realizadas, 2010 prêmios merecidamente recebidos. Desejo que você experimente 2010 comidas exóticas, que tire 2010 fotos espontâneas, que escute 2010 bandas diferentes. Que você viva 2010 horas em 24 e 2010 dias em 365, que cada um seja único e que você não se arrependa de nenhum. Desejo 2010 sonhos realizados, 2010 sentimentos trocados, 2010 conversas tidas, 2010 livros lidos, 2010 filmes assistidos. Desejo que você economize 2010 reais por mês, litros de água por semana e kilowats por hora. Desejo que você conquiste 2010 praias desertas, tesouros escondidos e corações inexplorados. E eu desejo muitos 2010 para você, muitos caminhos para percorrer, muitos quedas para levantar, muitas lágrimas para secar, muitas mágoas para esquecer, muitos mais 2010 anos para viver.

Laura Santos

e é essa minha mensagem de ano novo.

=*

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Alice no Pais das Maravilhas

Ontem eu postei o trailer oficial que saiu do filme Alice no País das Maravilhas, mas não falei muita coisa porque estava com pressa. Mas hoje sai um post decente!
Alice no País das Maravilhas já foi lançado em desenho animado e foi insipirado no livro que leva o mesmo título, agora virá o remake com uma mega super produção com direito a salas 3D e todos os tipos de recursos tecnológicos e que conta o retorno dela ao país das maravilhas e como a Rainha de Copas está, no mínimo, brava.

Ficha Técnica

Direção: Tim Burton
Roteiro: Linda Woolverton
Elenco: Mia Wasikowska (Alice), Alan Rickman (Lagarta), Helena Bonham Carter (Rainha Vermelha), Christopher Lee, Johnny Depp (Chapeleiro Maluco), Anne Hathaway (Rainha Branca), Michael Sheen, Crispin Glover (Valete de Copas), Eleanor Tomlinson (Fiona Chataway), Matt Lucas.

Posters divulgados:





Enfim, espero ansiosamente pelo filme e que venha mais uma tatuagem!


Chupei os posters do metaanfetamina

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Alice no País das Maravilhas por Tim Burton

FI NAL MEN TE saiu o trailer do filme que eu mais espero para o ano que vem: Alice no País das Maravilhas. Para quem não sabe, o filme traz atrações como o Johnny Deep e é dirigido por Tim Burton. Eu tô na correria e morrendo de ansiedade para mostrar logo o vídeo, então segue o link e amanhã eu posto tudo detalhadamente sobre a mega produção em 3D.

AQUI
Ficadica
=*

Reflexão

E lá se vai mais um ano. O vigésimo primeiro que passo por aqui, e como tem passado rápido. Parece que ainda sinto o gosto da ressaca do ano novo na boca e acho que nem deu tempo de usar todos os meus presentes de Natal. O carnaval se foi, páscoa, férias, aniversários e tudo como acontece repetidamente todos os anos. Nada de diferente; pais que matam filhos, a fome da África, a corrupção no Brasil, a guerra no Oriente Médio, a guerra dos sexos. Do ponto de vista social, o que mudou? Nada. Continuamos no velho buraco de sempre cavando cada vez mais para baixo, e acabamos nos esquecendo que no centro da Terra também faz calor. E é tudo a velha merda de sempre, nunca mudou, não mudará daqui pra frente. Nós apenas fingimos pretenciosamente que fazemos alguma coisa e que estamos evoluindo. É parte da nossa realidade: ilusões e utopias.
Falo agora do ponto de vista pessoal. Não posso dizer que muita coisa também mudou. Continuo com os velhos vícios de sempre e cada vez mais arraigada neles. Fui morar sozinha, arrumei um emprego, decorei meu quarto, comprei roupas, sapatos e livros novos. Não doei dinheiro para alguma ONG, não dei comida para os pobres, não ganhei um leão em Cannes, não fui à praia esse ano e não passei em todas as matérias na faculdade. Eu sei, não fui uma excelente pessoa, não fui o melhor que eu podia ter sido, não fiz, sequer, o esforço para tê-lo sido, mas quem se importa? Também tive meus auges, meus prêmios, meus troféus pessoais. Tantas emoções, tantas lembranças, tantas coisas me chegam à cabeça que as sinto agora, acontecendo nesse instante. Palavras ditas, músicas tocadas, emoções trocadas, beijos dados, pessoas que vieram e que se foram. Me lembro de tudo, me lembro de cada uma, me encontro enquanto me lembro, me perco quando esqueço. Desejei outros começos, quis mudar alguns finais, poderia ter feito diferente, mas tudo foi como deveria ter sido, tudo exatamente no seu lugar, por mais confuso, triste ou inaceitável. Fiz uns bons amigos, tomei uns (muitos) porres, dei pouco (muito) de mim para quem pedisse (e para quem não pediu também) e posso dizer que foi bom. Tive crises de alegria, de tristeza, de desespero, de existência. Senti desejos, cometi enganos, falei demais, guardei mágoas, expulsei demônios e viajei sem sair do lugar. Enfim, tudo muito normal, mas não posso dizer que não foi excitante. Claro que desejei algumas pitadas de açúcar, álcool e sacanagem, mas não posso reclamar da receita desse ano.
Se fui feliz? Claro!
E para 2010? BIS!

Laura Santos
Ao som de David Gilmour, e não poderia ser diferente.

[beijosmeliguempoisestousozinhaemcasa!]

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Eu quero o mar

Eu vou zarpar.
Vou juntar meus trapos num saco, amarrá-lo e joga-lo nas costas.
Vou morar nas encostas do mar.

Vou para onde ninguém me perceba,
me conheça ou me chame,
onde niguém graceja nem reclame
se eu não for o alguem deseja

Vou para onde eu trabalhe e receba
moedas e vale pão,
que o tempo não me ouse um não
e, no minimo,
que assim seja.

Vou embora, vou dar o fora,
vou juntar minhas trouxas, minhas roupas,
minhas migalhas.
Vou seguir pela estrada amarela, chegar
no porto solidão, atracar no cais da saudade,
chorar uma lágrima de felicidade e morrer a merce da ilusão.

É que eu cansei de morar no meio do cerrado,
no meio desse nada habitado.

Eu quero o mar, o gosto de sal e o pôr do sol.

Flor de Moraes

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sobre o amor

O amor fede. Digo aqui não como alguém mal amada, porque também eu tive amores graves. Não que perdurassem longos anos, uns, inclusive, nunca passaram de algumas horas, mas ainda assim posso dizer que tive uns e outros que me fizeram feliz. Falo como quem vê pela janela da realidade nua e crua de que o amor, além de cego, também cheira mal. Mais ainda, o amor nos deixa indiferentes e impaciais aos nossos próprios sonhos, desejos e personalidade, ou seja, tornamo-nos apáticos pelo simples fato de considerar a chance de sermos mais completos quando estamos próximos dos olhos desejados a ponto de sentir o hálito quente da outra boca. Defendo que não sabemos amar e o amor, além de tudo, adoece e mata lentamente como o veneno de um peçonhento. Quero que levante quem nunca chorou, quem nunca adoeceu, quem nunca morreu vítima -sem chance de defesa- desse câncer maligno chamado AMOR. Em termos simples, amor é doença instalada e proliferadora das bactérias mais asqueirosas transmitidas via boca, orgãos e pensamentos -para mim, até o pensamento de amor propaga alguma doença. Ficamos burros, ficamos indiferentes, ficamos tolos. Perdemos nossas referências de vida e de felicidade e entregamos a outrem algo que nem possuímos, e pior, achamos que ali encontramos a verdadeira felicidade. Não quero alfinetar os amantes e defensores do amor como medida imediata e eficiente para caos em que vivemos, quero apenas defender meu ponto de vista de que o amor torno-se apenas via de justificativa para seres humanos que não são, sequer, pessoas inteiras, mas pequenos fragmentos de frustração e sentimentos incompletos e que precisam, inutilmente, de algum artifício que camufle a tristeza, preencha o vazio e passe o tempo. E o amor? O amor é produto de esgoto: vive por baixo e ninguém se importa até que ele comece a incomodar.
Laura Santos
[ácida, árida, ártica, arredia, selvagem.]

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A Paixão Segundo G.H

Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

Clarice Lispector

Pergunta

Por quanto tempo há de durar a chuva?
(A melancolia e a solidão?)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Uma revolução

Vamos continuar a percorrer as estradas estreitas da solidão e das aventuras sem limites. A vida não parou, não para! Ainda há muito o que andar, ainda há muita poeira pra comer, muito encruzilhada pra se perder, e se achar. Não olhe pra trás, não lamente, não chore, não reclame, apenas clame por dias mais vivos, cheios de uma felicidade nostálgica e realizadora. Nada de bagagem além do que nossas mãos podem carregar e um cantil de água pra não matar a garganta de sede. Ninguém que entenda, que ouça, que explique, apenas a voz da própria razão fundida nas brasas do sentimento que é pra não ficar totalmente impacial às belezas que um toque de amor ainda pode oferecer. Mantenhamos a calma, mantenhamos a respiração, continuemos a jornada rumo a nada e a lugar nenhum. Talvez um dia cheguemos em algum lugar. Me avise quando chegarmos lá, se a gente chegar lá.
Sort of revolution
Fink

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Contrastes

A semana amanheceu nublada. A segunda feira era chuvosa fazendo jus aos meus olhos que choram desde que você partiu. Minhas pupilas não brilham mais como os sóis de verão, mas uma nuvem de tempestade sentimental agora ocupa a minha cavidade ocular e parecem não mais do que dois buracos negros. Quantas semanas hão de amanhecer simplesmente porque devem amanhecer? O que purpurina agora são as gotas da chuva que respingam das folhas verdes do lado de fora da minha janela. O céu parece mais fosco do que nunca, a alma mais morta do que antes e um pouco menos do que depois. Vai-se o tempo embora, deixando apenas aquelas lembranças atemporais. O tempo que reparto em dois, a estação do ano e o estado do espírito. Dois tempos que não posso evitar, dois que não posso parar, dois que nunca saberei explicar: porque choro na alegria e porque chove no verão.

Laura Santos

[see you soon]

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Na Natureza Selvagem

Ontem eu FINALMENTE terminei de ler o livro que inspirou o filme "Na Natureza Selvagem". E nas últimas páginas o autor cita um dos trechos grifados por Cris McCandless do livro de Edward Whymper. Esse trecho me marcou de forma pessoal e intimista pois trouxe para mim uma parte da minha vida: uma história que eu não pretendo esquecer e quero apenas lembrar do que foi bom, deixando de lado o que não foi tão bom assim. Eis o trecho:

"Ainda assim, a última mamória triste paira e, às vezes, deixa-se levar como neblina flutuante, interceptando a luz do sul e enregelando a lembrança de tempos mais felizes. Houve alegrias grandes demais para ser descritas com palavras e houve dores sobre as quais não ousei alongar-me; e com isso em mente, digo: escale se quiser, mas lembre que coragem e força são nada sem prudência e que uma negligência momentânea pode destruir a felicidade de uma vida inteira. Nao faça nada às pressas; olhe bem para cada passo; e, desde o começo, pense que poderá ser o fim."

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Parte

Eu sou qualquer coisa que reflete em você. Sou seu riso mais sincero e seu choro mais tímido. Sou a estrada que corre embaixo dos seus pés e as nuvens que voam por cima da sua cabeça. Eu sou o álcool que você ingere e o suor que traspira. Sou as cartas de amor que você nunca mandou e sou a dor por nunca ter as mandado. Sou o que você chama de felicidade, de saudade de pudor. Sou o que você é, foi e será. Sou seus sonhos que velejam além-mar. Sou a esperança dos seus olhos e a razão dos seus sentimentos frios. Eu sou o que te preenche de tudo e de vazio. Eu sou as vontades que você tem secretamente e sou o motivo para você realizá-las. Sou tudo e nada. Sou suas mãos, seus braços, seus abraços, seu vigor e seu cansaço. Sou as outras mulheres que você beija, que você deseja, corteja, dispensa, rejeita. Sou seu coração gelado, sua alma desalmada, sou o calor dos seus olhos marítimos, sou sua dança, seu embalo, seu ritmo. Sou os marujos que te conduzem pela perdição da vida. Sou essa própria perdição, sou seu sim, sou o talvez e sou aquele velho e certeiro não. E sou vestígios das suas lembranças, parte das suas noites, parte da sua memória, parte da vida, da alegria e do prazer que você não há de negar que teve.

Laura Santos

domingo, 22 de novembro de 2009

Fim

Rendo-me à dor de cacos contaminados,
opacos, perigosos, a dor do amor que resultou em
nada e que se perdeu na estrada da saudade
amiga dos dias que não hão de passar
levemente, aos poucos, antes
do tempo certo e que eu hei de
ouvi-lo chegar, mas cá no peito
brota a alegria das horas passadas no
ócio da ilusão de ser apenas um quando
trocavamos bocejos e segredos
entre um beijo e um desejo
ligados na energia da vontade de ontem,
hoje e sempre enquanto há de durar esses
olhos que eu não quero esquecer.

Laura Santos

mais um dia comum

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Incertezas

São essas manhãs que me fazem feliz,
de sol quente e brisa litorânea,
sinto que escapei por um triz
de tristeza momentânea.

Vou seguindo a estrada cheia de saudade e pó
sem perceber quem passa na rua
porque quanto mais só
mais sinto que fui sua.

Agora parto pra outro caminho perdido
sem saber o que virá depois da encruzilhada,
pode ser outro amor distraído,
pode simplesmente não ser nada.

E hei de ser feliz assim,
sem lamentar o presente errante
sem lamentar o que não fiz por mim
e sem pensar que o futuro ainda é distante.

Laura Santos

[o mundo é um moinho]

domingo, 15 de novembro de 2009

Depois vem paz

Depois do primeiro encontro, depois dos olhos gelados e dos beijos em brasa. Depois da graça, depois das idas e vindas, do sim e do não, depois da ilusão e realização. Depois de desencontros, de desejos, de bocas, de lua, de céu, de cerveja, de cigarro, depois do vinho, depois do ano, depois da confissão, depois que me teve, depois que eu fui, depois de escutar, de abraçar, depois do "oi", depois da música, do embalo, da bebedeira, do "tchau", depois do dia quase tarde, do silêncio mudo, depois da bagunça, da farra, do chiclete, da boca tarada, do suor quente, depois do projetos, dos risos, dos filmes, do chão, do quarto, depois da esquina, depois do cheiro, dos livros, das frases, das fotos, das figuras, das imagens, depois de outros que vieram antes e depois, depois de voz, depois que eu quis, depois que você pediu, depois que eu me enganei, que você me disse que não, depois de tudo, de tanto, de mais, depois do sexo, depois do amor, depois da amizade, depois de tudo, de tanto, de mais, depois que tudo tanto faz, já se vai embora mais um ciclo e vou de encontro à paz.

Laura Santos

Fim de ano

Mão aberta e peito fechado
Pela porta que entrou, agora vai embora
Não olhe para a alma que chora
E nem deixe recado.

A vida seguirá a passos normais.

Laura Santos

Lembre

Lembrança é aquilo que acontece quando o feixe de luz de dois polos da emoção atingem a alma: a alegria demasiada e a tristeza amarga. Lembrança é aquilo que fica depois de um sonho, uma noite, um beijo, um cheiro. É o encontro do passado e do futuro quando você projeta a não-realidade nos dias vindouros. É o instante que passa tão rápido que você mal teve tempo de saborea-lo aos poucos, com gosto, com tato, calmamente. Lembrança é o cheiro da nostalgia que adentra as narinas e chega direto nas veias; é o sabor da melancolia que a boca se torce para digerir; é a sombra que passa pelos olhos numa velocidade que só o coração calcula. Lembrança é tudo que te traz a saudade que caleja, que fere a golpes de imagens o que passou e que não mais voltará. Lembrança é tudo aquilo que você tenta inutilmente esquecer, mas ela volta como um fantasma mal resolvido. Não tente esquecer. Simplesmente aceite e lembre-se com amor e doçura o que se foi. Guarde seus melhores momentos e conviva apenas com a ideia de que passou, não com o dissabor de que não mais voltará. Orgulhe-se de um dia ter sido feliz, ter tido alguém, ter viajado pra longe, ter provado uma comida exótica. E apenas lembre, mas lembre o suficiente para sentir o gosto do passado. Não lembre com apego, porque o apego nos leva instantaneamente ao sofrimento, e ninguém precisa sofrer pelo passado.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Normalidade

Nunca a realidade foi tão normal. O vento é apenas o vento das tarde quentes que precedem o verão, uns coqueiros no jardim, o céu com algumas poucas nuvens, o silêncio urbando, a paz que só acontece nesses dias normais. Uma dor de leve invade a alma e quase empurra uma lágrima pra fora, mas isso tambpem é normal, a vontade e a não realização, apenas vestígios do que poderia ter sido e não foi. E a vida vai. Meio no sobe e desce, nas idas e voltas que esses caminhos ainda nos conduzem, nas entrelinhas escondidas nas curvas de uma estrada semi reta. Alguns tentam juntar os cacos do coração partido enquanto eu simplesmente largo cada pedaço de caco por onde eu vou. Não quero juntar fragmentos de decepção e melancolia. O amargo da boca esqueço quando lembro que também já provei do doce. E simplesmente vou, apenas sigo em frente sem saber o que posso encontrar depois de uma curva, uma chuva, depois que eu voltar à minha realidade sem você.

Laura Santos

[um dia comum]

Receita

Que aquilo que o coração fala, tampe-se os ouvidos da razão,
para que quando o coração falar, os ouvidos não deturpem
nem se firam com as palavras escandalosas do amor.

Que ele fale baixinho, fale de leve, fale manso,
que mal possa se ouvir a voz, os tons, o murmúrio
melódico e enjoativo escaldado nas águas do amor.

Que ele seja firme como uma rocha e agitado como um cais,
mas que saiba reconhecer os bem feitos da razão
para que não se envelhece sob o teto do amor.

Que seja o último a chegar e o primeiro a sair,
que se guarde no próprio silêncio e que
fuja incansavelmente do tal do amor.

E o amor? O amor fica a cargo das lembranças,
da pele e da nostalgia promovida simplesmente
por amar, mas nunca ter amado de fato.

Laura Santos

domingo, 8 de novembro de 2009

Poema do dia seguinte

Me perdi no limite da razão e do sentimento
e fico parada enquanto pareço que corro
chego a lugar nenhum quando tento
e só me esqueço quando morro.

A cabeça roda e o coração agita
o silêncio dos olhos são facas pontiagudas
enquanto isso a dor parece que grita
procuro alguma coisa que acuda.

Mas só me resta essa linha
que eu acompanho com passos incertos
vejo que caminho sozinha
e te encontro nos caminhos retos.

E vai a vida desencontrada
pois mais nada interessa agora
além dessa hora errada
que não é nada além de mais uma hora.

Laura Santos

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Eugênio Mohallem

O objetivo desse blog é totalmente artístico e cultural (ninguém percebeu antes, né?), mas vou falar profissionalmente nesse post. Vou ser publicitária (um dia, que sabe?), e como não poderia ser outro ramo, vou ser o que? REDATORA. Isso, vou escrever. Aí, viajando infinitamente em blogs hoje, achei um site (esse aqui) que publicou frases célebres do genial redator publicitário Mohallem. Vou postar também, né? Aproveito para meditar[mos] sobre as coisas que ele falou...

- Elegância não se resume a dar nós em gravatas: marinheiros dão nós como ninguém e se vestem como o Pato Donald.

- Minha cidade é como um jogo de xadrez: para cada dama, oito peões.

- Filhos crescem, casam e têm filhos. Não necessariamente nesta ordem.

- Não dá para acreditar num país que comprou o Acre.

- Diploma universitário não serve para nada e ainda faz você perder a carteirinha de estudante.

- Quadrinhos de jornal são muito complicados: você está lendo o Recruta Zero e sem mais nem menos surge um tal de Garfield no meio da história.

- A humanidade ainda não encontrou resposta para alguns mistérios. Por exemplo, para onde vão todos aqueles japoneses que passam em primeiro no vestibular?

- É preciso reconhecer que este ano nossos parlamentares apresentaram vários projetos de emenda: emenda o carnaval, emenda Tiradentes e emenda Corpus Christi.

- Se o horário oficial é o de Brasília, porque a gente tem que trabalhar na sexta e eles não?

- Tirando o Elvis, quem é vivo sempre aparece.

- Todo pesquisador é meio doido. Você acha que deve ser normal o cara que contou os pés da centopéia?

- Entre Livro e internet, prefiro livro. Pelo menos ele só cai quando durmo.

- Mais prudente é duvidar de tudo. Alias, não acredite nisto.

O cara é BOM de serviço.

PS: Não coloquei foto porque não se acha foto decente dele. =/

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Ele

Deito sob o céu de perguntas
insistentes e impertinentes que me
encontram com os olhos fitando o
gigante da minha confusão
opaca e sagáz.

Bebo no leito do rio
onde transcorre o peito
rasgado de dor e palavras que
gritam com as
esperanças que me restam
solitariamente.

Ainda corro atrás do tempo que
levou todas a palavras que a alma
balbuciava nos
aparadores das ébrias
noites que carregavam
encantos de desejo, mas que agora
zigue-zagueiam por outras bocas.

Laura Santos

[Linger]

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Desejo

Quisera eu ter agora não mais do que a brisa que só acontece no litoral. Quisera eu não mais do que um sol veranino, um ar fresco, coqueiros de enfeite, o céu azul celeste e as ondas que vem e vão do mar inconstante. Quisera minh'alma flutuar enquanto relaxa em cima da areia branca e sente a água cristalina que no pé encosta fazendo cócegas lúdicas. Quisera minha cabeça não ter nada além do múrmurio do vento e a ladainha dos pássaros que se vão. Quisera eu não mais do que raros instantes que eu me encontro entre um surto e outro, entre uma queda e outra, entre um fracasso e outro. Quisera eu me encontrar quando finalmente esquecer de pensar o que eu penso todos os dias entre o nascer e o por do sol. E quando esse dia chegar, lá eu estarei: rindo da vida que goza de mim, agradecendo por tudos os dias passados e pedindo não mais do que esses momentos que eu sou minha e de mais ninguém. Sem testemunhas, sem relatos, sem registros, apenas o mar, o céu e a areia.

Laura Santos

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Pensamentos

Pensamentos parecem pirilampos sertanejos que clareiam o escuro nebuloso que faz no mangue da saudade. São pensamentos que gritam os fatos que foram e acorda a sereia da realidade de um futuro tanto promissor quanto incerto. Pensamentos escritos pela mão do escrivão que conta cada milímetro de palavra lembrada, dita, falada nos pergaminhos das noites de volúpia. Leio cada trecho desses pergaminhos e revivo as lembranças como se acabassem de passar por mim no estralo de um relâmpago de lembrança. Agora parece-me tudo muito nítido e evidente. O cheiro, o sabor, o tato. O dom que cada sentido meu possui mais o sentimento de sintonia agregado. São pensamentos, apenas pensamentos que me permitem voar além das minhas possibilidades e me deixam livre pelos raros instantes que o meu pensamento permite te encotrar. Como um espelho, vejo o sorriso da gratidão que a minha alma transborda e num surto de felicidade, explodo, não além do que se possa ver, mas até o limite da consciência. São pensamentos, não mais do que pensamentos que libertam.

Laura Santos

[Viõrar Vel Til Loftárasa - Sígur Rós]

De que se morre?

Por amor morreram Jesus Cristo, Madre Tereza e Luther King.
Por amor morreram os bons, os puros e os generosos de coração.
Por amor morrerm os que tentaram carregar a podridão da humanidade nos lombos sem se queixarem da carga pesada e da caminhada exaustiva.
Por amor, só por amor morreram.
E o que diria Leminski, Bandeira e Moraes?
Diriam que o amor mata, mas a boemia liberta.
Seguindo meus mestres, não quero morrer por amor, quero morrer engasgada e saciada de tanta boemia que a vida pode me dar.
Quero me perder não entre os miseráveis, mas entre os poetas loucos da minha juventude transviada. Sexo, blues e o cão engarrafado.
Não quero meu nome escrito nas páginas da história,
quero minha história escrita nas minhas páginas.

Laura Santos

domingo, 25 de outubro de 2009

Na natureza selvagem

Comprei um livro essa semana e comecei a ler ontem. O livro é o que deu origem ao filme Na natureza Selvagem (Into the wild). Para quem já viu o filme, vale MUITO a pena ler o livro também, já que é mais rico em detalhes e atiça a imaginação lembrando das cenas do filme. Para quem não viu, abra uma aba no navegador e comece a baixar agora. Fica minha dica de leitura e filme.

Abaixo um trecho do livro que eu gostei bastate. Vou postando os meus preferidos à medida que leio o livro.

"Não se deve negar[...] que estar solto pelo mundo sempre foi estimulante para nós. Está associado em nossas mentes à fuga da história, opressão, lei e obrigação maçantes, com liberdade absoluta, e a estrada sempre para oeste.

Wallace Stegner
The American as living space

sábado, 24 de outubro de 2009

Poesia das loucuras

Sonhos perdidos no quarto
todos espalhados pelo chão
procuro em algum lugar o retrato
e encontro na minha pele a marca da sua mão.

Mão pesada de sede e desejo
na noite que a lua era cheia
e o fogo que sua boca ateia
sinto pela densidade do seu beijo.

Vejo alto seus olhos de mar
que o pirata me leva para conhecer
e fico até o amanhecer
quando o sol matutino nos despertar.

Morro de saudade
quando a lua invade nua
do gosto daquela vadiagem
quando eu era completamente sua.

Flor de Moras

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Desafio

Fomos criados e projetados para sermos apenas o que somos. Sujeitos da nossa própria existencia e articuladores dos próprios erros, nos tornamos, a medida que vivemos, sujeitos da existencia alheia e articuladores dos erros dos outros. Não convivemos com a nossa dificuldade nem com os nossos desejos e medos, mas tomamos para nós uma vida que não nos pertence nem nos diz respeito. A nós foi dada uma vida, uma única: a que vivemos agora, e ainda assim não a vivemos por inteiro. Assumimos partes de uma história, começamos projetos sem fim, sonhamos sonhos nunca realizados e nunca, literalmente nunca, nos descobrimos como somos. Conhecemos mais o gosto do nosso próximo do que o nosso próprio gosto e saciamos mais a vontade do amigo do que a nossa própria sede. Somos mais sujeitos de alguém do que sujeitos de nós mesmos. Nesses raros momentos de filosofia, me pergunto aonde ficamos; quem somos; o que queremos; para onde vamos; qual a razão da nossa existencia se a existencia individual parece sem razão? Por que conhecemos mais aos outros do que a nós? Por que parece tão difícil manifestar a opinião e a vontade quando se trata das nossas? Recusamo-nos no intuito de parecermos mais sociais e envolvidos em uma sociedade ou grupo que no fundo nos recusa a particularidade e personalidade. O medo nos engaiolou dentro do único lugar onde poderiamos ser o que de fato somos: dentro de nós. O grito de revolta e desespero se abafa dentro do peito e ecoa nas paredes da alma onde cada segundo trata de mata-la, seja pelo fator tempo, seja pelo fator desgosto e contrariedade. Somos a imagem e semelhança de alguém que não sou eu, nem você, mas alguém que não vemos, não conhecemos. Somos a velha na rua e o mendigo no metrô. Somos o viajante que nunca volta pra casa e a criança mimada de algum lugar nobre. A dificuldade é ser o que simplesmente somos, sonhar nossos sonhos e realizar nossos desejos. O gosto da renúncia e abnegação é amargo e perdura no paladar da realidade. E hoje, em tempos tão modernos e coletivos, lanço o desafio tão difícil quanto andar numa corda bamba: seja apenas você.

Laura Santos

[The album leaf]

domingo, 18 de outubro de 2009

Quero

Quero acordar e ver-te pintado na minha pele nua que a noite tu consumiste.
Quero sentir teu cheiro impregnado na minha nuca ainda molhada pelos teus beijos.
Quero minhas costas cortadas pela tua mão, sede de ter-me, que cravaste.
Quero a imagem que eu fiz de ti. Teus olhos grandes, tua pele alva e teu rosto de meio homem, meio menino.
Quero apenas sentir-me realizada por não ser metade, mas ter em mim a metade que me completa, ainda que por instantes tão breves quanto um sonho bom.
Quero-te não mais do que esses raros instantes, porque são neles, somente neles, que eu tenho-te por inteiro. O restante eu só fico com o que me sobra.

Laura Santos

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Musical

Ando meio musical. Meus pés sapateiam compulsivamente e quase toco algum instrumento no ar. Ando meio Björk, meio Tom Jobim, meio Nouvelle Vague, Bossa Nova, samba, rock.
Ando assim, suando notas em sol e lá menor, alguma clave de fá que tropece na vida e me ache perdida. Alguma partitura que eu ande por ela lendo as notas que compõem a melodia dos meus sonhos. E enquanto não escuto o coro de anjos assexuados que cantam celestialmente, ensaio algum sambinha malicioso que embala a boemia da sexta feira que chega assoviando.

Laura Santos

domingo, 11 de outubro de 2009

Tempos modernos

A poesia anda mais prosa do que nunca.

Laura Santos

[I melt with you - Nouvelle Vague]

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Gosto de sal

Chega na boca um gosto de
sal assim como chega nos
olhos saudade dos poros
que o produz.

Esse gosto de sal
é fruto de um ato
animal
que nosso instinto
ainda nos induz.

Flor de Moraes

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Tanto bêbada

Ultimamente ando embriagada, só não sei se de amor, de álcool ou de sonhos. Não sei se me faz a cabeça a cachaça que sobe como fumaça de lixo, ou os sonhos que meu coração abriga e suam pelos meus poros. Não sei se me embriago de pouco ou de muito amor, pois tanto faz a quantidade, me importa mais a qualidade, nem que seja por instantes. O que de fato importa é que eu esteja embriagada, tanto faz se de álcool, de amor ou de sonhos. A alucinação alimenta o vazio que o mundo deixa e preenche o cantos entranhados no corpo pequeno. Embriago, bebo, sonho, bebo, embriago, amo, bebo, amo, embriago e por assim sigo meus dias que não conto pelos dedos nem pelo calendário, mas pelas lembranças que tenho à medida que passam e se vão deixando não mais do que essas lembranças que eu amo tanto.

Laura Santos

[Ney Matogrosso]

domingo, 4 de outubro de 2009

Mercedes Sosa

Eu juro que ia dormir hoje sem postar mais nada, minha cabeça está explodindo e minha paciência tá mais curta do que perna de cobra, mas não posso ir dormir sem prestar uma homenagem. Morreu hoje uma das maiores vozes argentinas e dona de composições eternas. Mercedes Sosa foi uma mulher corajosa, talentosa e muito querida no ramo artístico. Para homenagear, vou postar o vídeo e a letra da sua música mais popular e claro, a minha preferida.

Solo le pido a Díos (Eu só peço a Deus)



Eu só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia
Solitário sem ter feito o q’eu queria

Eu só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia
Solitário sem ter feito o que eu queria

Eu só peço a Deus
Que a injustiça não me seja indiferente
Pois não posso dar a outra face
Se já fui machucada brutalmente

Eu só peço a Deus
Que a guerra não me seja indiferente
É um monstro grande e pisa forte
Toda fome e inocência dessa gente

Eu só peço a Deus
Que a mentira não me seja indiferente
Se um só traidor tem mais poder que um povo
Que este povo não esqueça facilmente

Eu só peço a Deus
Que o futuro não me seja indiferente
Sem ter que fugir desenganando
Pra viver uma cultura diferente

(Que a paz esteja sempre presente e que a felicidade não seja um objetivo, mas um caminho.)

Dúvida


Aqui vamos nós outra vez.

-Mas para onde mesmo?

Laura Santos

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Mentiras verdadeiras

Eu menti verdades esfarrapadas enquanto sonhava acordada com lembranças que nunca dormiam. Eu menti sentimentos afogados em copos de álcool e devorados por monstros invisíveis que eu criei. Eu menti desejos secretos que transpiravam no suor da euxaustão do meu corpo fatigado pela vontade nunca realizada. Eu traí argumentos e defendi conceitos tão fracos quanto minha chance de lutar contra eles. E agora eu confesso meus pecados nunca cometidos e pago pelo simples fato de desejar uma alma que nunca será minha, mas que um dia fez parte desse caminho tortuso que eu insisto em deixar pegadas marcadas no chão empoeirado e incerto. Eu menti, mas quem nunca mentiu pra si mesmo?

Laura Santos

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Pressa

Corre a humanidade em passos largos que o presente não acompanha o instante determinado a acontecer. Rapidamente ele só torna apenas vestígios de passado e um ponto de interrogação sobre o que virá futuramente.O presente existe pra poucos e a gente corre demais. Corre pra fugir das lembranças e corre para revive-las. Corre pra vida perfeita e corre para apressa-la, corre mais do que o tempo e as pernas podem acompanhar. É tanta pressa, é tanta correria, é tanta agitação para chegar ao único lugar que conhecemos: lugar algum. Esse lugar não nos trará a pessoa perfeita, nem o emprego que desejamos, mas se encarregará de que cada coisa esteja no lugar certo e no instante que deveria estar. É tanta pressa pra nada. É tanto esforço desperdiçado, é tanta energia gasta. É tempo perdido. Tempo que poderiamos aproveitar se não fosse pela pressa de apressar o futuro, mas viver cada instante que se vai e nuca mais ocorrerá novamente. A pressa por si é um grande desperdício e a vida se vai sem ao menos ter estado aqui.

Laura Santos

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Óbvio

Basta olhar no relógio e concluo:
O tempo passa.

Mas quando olho pra mim, eis que entendo:
Você não.

Seja tempo.

Flor de Moraes

Ruínas Circulares

Pessoas, eu não podia estar aqui postando nesse exato momento, porque meu serviço vai se acumulando pela mesa e agora no chão também, mas o assunto é super importante.
Acontece nessa semana em Uberlândia e Araguari o Festival Latino-Americano de Teatro, promovido pela UFU - Universidade Federal de Uberlândia e seus apoiadores. O festival tem como objetivo promover a cultura e o intercâmbio cultural e artistico entre alguns países da América Latina. Ontem eu fui conferir o evento e está imperdivel. Muita coisa rica e que vale a pena. Pra quem quer saber de todos os detalhes, o site abaixo explica detalhadamente o local, horário e data dos espetáculos. Fica a dica diferente para um programinha super rico pela semana...

Mais informações aqui



sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Bossa Nova

Eu ando mais em atraso com esse blog do que com meu serviço, mas sexta feira é dia de relaxar e postar. O dia amanheceu LINDISSIMO, o céu é azul, o sol brilha e os pássaros cantam (eu digo: a cerveja mata sede, carne é bom SIM e sexo faz bem à saúde). Ando meio sem tempo pra posts mais elaborados (e sem internet em casa), então vai um post básico, mas indispensável.
Descobri uma banda esses dias e estou viciada: Nouvelle Vague.
"Nouvelle Vague é um coletivo musical francês arranjado por Marc Collin e por Olivier Libaux. O nome deles é um jogo de palavras, referindo-se simultaneamente à "francesidade" deles, ao movimento artístico do cinema francês Nouvelle Vague, dos anos 60, à fonte de suas canções (todas são covers de músicas punk e new wave dos anos 80) e ao uso do estilo Bossa nova, também dos anos 60. No primeiro álbum, Nouvelle Vague, o grupo ressuscitou clássicos da era da música New Wave dos anos 80 e as reinterpretou em um estilo Bossa nova picante.O segundo álbum, Bande à Part, inclue versões de "Ever Fallen in Love?, de Buzzcocks, "Blue Monday" por New Order, "The Killing Moon" por Echo & the Bunnymen e "Heart of Glass" de Blondie."
O que predomina na banda é a Bossa Nova bem brasileira e o sotaque francês, ou seja, uma mistura musical explosiva e que muito me agrada. Eu já baixei dois álbuns e estão mais do que aprovadissimos.

Abaixo dois vídeos para entenderem a qualidade do som, mas vale muito a pena baixar os álbuns.





Essa é minha dica para sexta feira.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ai se sesse

Ai se sesse

Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse.

Zé da Luz

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Aniversário

No dia dos meus 21 anos de idade o céu amanheceu nublado. Chovia uma chuva de segunda feira anunciando que a semana já começara fria e molhada. Tive uma manhã normal. Fui à faculdade, estudei, abracei meus poucos amigos e recebi votos de felicidade da minha família. O tempo continuava nublado, mas minha aura brilhava coloridamente. No dia dos meus 21 anos, não muita coisa mudava, apenas o fato de que eu ficava um ano mais velha, porque, de fato, o tempo passa e isso não muda. Não tive uma comemoração espetacular, embora não esperasse por nada que fosse grandioso. Me contentei com os abraços, os votos de felicidade, os presentes, os telefonemas, e-mails e mensagens de quem se lembrava da data. Também me contentei com a chuva e o tempo frio, afinal, eu ficava mais velha, mas não podia mudar certas coisas. No dia dos meus 21 anos de idade, eu ainda continuava com os velhos vícios de sempre, a mania incansável de tudo no lugar, os tons avermelhados, a velha bossa nova, o sarcasmo de Leminski e a poesia de Vinícus. Me contentei em escrever algumas palavras sobre meus 21 anos de idade. Um dia, quem sabe, não escreva sobre o que fiz no dia dos meus 90 anos? Talvez procure um virgem, talvez encontre um amor, talvez nem chegue lá...

Laura Santos


[sem música, apenas fatos, fotos e melodias que passam ligeiramente na minha cabeça me lembrando que já se passara 21 anos. Quantos outros ainda estariam por vir?]

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Novidades

Pessoas, ando com a vida um tanto corrida. Sem internet em casa pois acabei de me mudar pra um apartamento e ainda não arrumei meu computador. Enfim, assim que tiver time, vou continuar com as atualizações e tudo mais. E pra quem quer saber, em breve novidades estão vindo.

Beijos e boas energias.

domingo, 2 de agosto de 2009

Avesso

Mas eu sinto que voce é a pessoa mais parecida comigo que eu conheço, so que do lado do avesso...mas acho que com voce eu me esqueço e em seguida eu aconteço... Ceumar disse tudo em poucas palavras o que eu tento dizer em versos infinitos que nao esquentam nem esfriam, mas ca dentro do peito, um desejo acumulado explode despejando suor nos meus poros que rumam sentido aos seus. Tais como fumaça, solto pensamentos na penseira do mundo que nao pode os enxergar. Fico feliz em compartilhar meus sonhos que ninguem ve e as lembranças das quais ninguem se recorda. Sao fragmentos dos meus dias passados que nas noites consumados à luz do dia eram revelados. Descia a ficha pela catraca do meu cerébro e pagava a conscientizaçao do que se passara. Acomodo-me nas agradeveis sensaçoes que as lembranças me proporcionalm e elevo-me a tal estado que quase as sinto acontecerem agora. O sino ecoa eternamente na minha cabeça e me lembra de quantas oraçoes eu fiz olhando pros seus olhos tao incredulos, tao fieis. A grama era mais verde, a luz era mais brilhante, o gosto era doce, as noites de desejo, o rio era interminavel, para sempre e sempre. Assim se vao os anos que dividem minha vida em duas partes: a de quando eu me conhecia e a de quando eu conheci voce.
Por isso deixo aqui meu endereço, se voce me procurar eu apareço, se voce me encontrar, te reconheço...

Laura Santos

[Ceumar e Pink Floyd]

sábado, 1 de agosto de 2009

Dicas para uma vida saudavel

Arrume a casa,
lave a louça suja,
nao fume muito,
regue as plantinhas,
limpe os banheiros,
guarde os sapatos,
nao escute musicas depressivas,
assiste bons filmes,
coma coisas saudaveis,
nao sinta saudades,
converse com as paredes,
beba um bom vinho,
nao saia de casa,
nao procure por ele em outras faces,
nao o veja em outros bares,
desligue o celular,
deite-se cedo,
tranque bem as portas,
feche as janelas,
lave a roupa suja,
nao arranque os cabelos,
vista um agasalho,
nao fique perto demais das grades da sacada,
beba agua,
acenda um incenso,
faça uma prece
e acostume-se com a solidao que lhe resta,
afinal, foi tudo o que voce desejou desde sempre.

Flor de Moraes

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Da solidao

Desilusao, desilusao, danço eu, dança voce na dança da solidao. Ah essa solidao inexplicavel e sem fim. Essa solidao cercada de pessoas e a falta de nao se sabe o que. Pode ser de qualquer coisa, pode ser de nada. A solidao que eu pedi que caisse dos ceus agora cai numa hora meio inapropriada, a hora que eu mais precisava de alguem. Mas ja que me resta apenas a solidao de sentar em frente a porta e esperar que alguem chegue, escrevo essas palavras sem acento pois nao consigo acha-los nesse computador moderno, escuto o futebol que nada me interessa passar na televisao e ja me conformo e estar sozinha, afinal ninguem vai vir pro jantar.

Laura Santos

terça-feira, 28 de julho de 2009

Segredos do mar

Musiquinha que eu tenho escutado muito esses dias.

Segredos do mar
Flavia Wenceslau



"Uma parte do meu coraçao nao me avisou que assim seria, conhecer os temporais pra ter alguma calmaria."

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A Lei dos Corpos Dóceis

O Jornal Nacional terminou agora e já vai começar a novela das oito que na verdade começa às oito e quarenta. Já se passou o jantar, a hora do banho, dos deveres de casa e ainda tem um resto de comida nas panelas em cima do fogão e a louça continua suja dentro da pia. Os cachorros já se deitaram, as toalhas estão penduradas, a casa tá limpa e silenciosa, exceto pelos cômodos contidos de pessoas que provocam algum ruído quase insignificante. Cada um no seu quarto, sua cama, televisão, computador e música. Houveram tentativas de conversas, mas as divergentes opiniões nos levaram ao lugar mais óbvio: lugar nenhum. Acometida de resfriado que não melhora nem piora, me irrito a medida que uma corisa incômoda escorre pelo meu nariz que ora não sente cheiro de nada, assim como minha boca não sente gosto, mas minha alma sim, ela saboreia o paladar amargo do mau humor. Os ouvidos insensíveis escutaram pela primeira vez o coração sensível que já não tocava há algum tempo, já era hora de desprender de lembranças sem sucesso que o passado me deixou. Cidade e cor tocam em meu auxílio para compor palavras que não fazem mais do que desabafar. É tudo tão rotineiro. Almoço, gasolina no carro, remédio para gripe, as notícias do jornal, a história da novela, as crises, as decisões, as músicas para dias depressivos, o número do sapato e até a cor dos olhos. Qualquer passo que seja menos iluminado me proporciona a sensação de um passo incerto, em falso, duvidoso. Sair do conforto de uma cadeira totalmente acostumada com as curvas do seu corpo, a toalha sempre estendida ao seu modo, as roupas penduradas por modelo, cor ou tamanho no guarda-roupa são parte de um presente concreto e totalmente previsível. É tudo tão previsível. A essa hora, creio eu, a maioria se importa apenas em vestir-se de um pijama confortável e deleitar-se numa cama macia e de lençois limpos, porque é mais interessante do que jogar cartas em família ou ler Nelson Rodrigues e suas putas bacanas. Tudo isso me entedia deploravelmente. O veredito diz que sou culpada pelos meus pecados, mas eu não quero ser sozinha essa noite. E por que tem sempre que fazer frio no inverno e calor no verão? Por que as flores são mais bonitas na primavera, mas a folhas sempre caem no outono? Por que amigos vem e vão? E por que sempre somos os mesmos? Por que não mudamos a cor dos olhos e o número do sapato? Por que comemos sempre no mesmo horário e pedimos a mesma cerveja no mesmo bar? E que diferença faz se as camisas não são penduradas por ordem de cor? Envolvo-me de perguntas que não farão a mínima diferença, embora me incomodem demasiadamente, mas prefiro continuar a escrever essas palavras do que levantar-me e pedir para que amanhã seja mais quente do que hoje, que eu tenha menos dúvidas e que a corisa pare de escorrer. Sendo assim, padeço dos pecados que eu cometo e carrego a cruz da incapacidade de transformar nada em qualquer coisa, ao contrário disso, vejo qualquer coisa passar-se por nada porque eu não soube vê-la de outra maneira. Até os meus olhos estão acostumados com a Lei dos Corpos Dóceis. E enquanto isso, enquanto meu corpo trafega pelos mesmos caminhos e eu tomo sempre os mesmos remédios para resfriado, minha alma de bicho selvagem e inconformado vomita a repugnância de ser apenas Eu, e nada além disso.


Porque nada eu fiz para que fosse diferente.


Laura Santos.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Dia do amigo

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A alguns deles não procuro, basta saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida, mas é delicioso que eu saiba e sinta que eu os adoro, embora não declare e os procure sempre...

Vinícius de Moraes

*Aos meus amigos, feliz dia do amigo.*

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Para o sonho de Alice


Acorde, Alice. Desperta do sono que ora tu tens, não convém que durmas tanto assim. Vamos, acorde, que em teu sonho ninguém acode caso te metas com alguém. Minha menina sonhadora, vai depressa porque o tempo voa nas patas de um coelho e teu mundo não é nada além da tua própria imagem refletida num espelho. Acorde, Alice, não quero que sonhes assim, com uma rainha louca e rosas brancas cor de carmim. Junte todo esse baralho que espalhastes, pare de falar com as flores, não existem centopéias que fumam, sem falar naquele gato que você chama de Mestre. Nunca vi coisa mais absurda. Vamos, Alice, tu tens que acordar, não podes sonhar pra sempre. Acorde, Alice, por favor.


Laura Santos

domingo, 12 de julho de 2009

Domingo

Agora eu senti que está aberta a temporada de frio. Senti que o vento sopra mais gelado e o corpo está sempre arrepiado. Uma brisa gélida na nuca e nas maçãs do rosto me deixaram vermelha e sinto falta de pouca roupa, mas é tempo de vestir-me. Tão igualmente, visto-me também de sabedoria para passar por esses dias menos quentes e mais complicados. Fica mais difícil permanecer num lugar onde tudo parece um grande inferno e as pessoas são demônios que nos perseguem sem cessar. Ainda recordo-me de como o passado me fez tão mais feliz e como o presente me confunde e amarga. Tudo fruto de um processo de crescimento que mais me empurra pra baixo do que pra frente. E como a melancolia que me deixa em clima de reflexão e meditação, busco em algum lugar respostas para as perguntas que me assombram. A cruz pesa, os passos ficam vacilantes, a respiração ofegante e nada será como antes, mas talvez seja melhor. Carreguei o vídeo do Rei e escutei um milhão de vezes a música Detalhes, aquela tão bonita pra esse dia que meu humor acordou negro.
Laura Santos

"Eu sei que esses detalhes
Vão sumir na longa estrada
Do tempo que transforma
Todo amor em quase nada...
Não adianta nem tentar me esquecer."

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Jantar romântico

Vestiu-se com seu vestido mais bonito,
colocou meia calça, sapato alto e uma langerie muito sexy,
maquiagem suave, os lábios carnudos e vermelhos
e perfume francês.
Olhou-se no espelho e sentiu-se bonita para a ocasião.
Vestiu-se para um jantar romântico a três:
ela e a solidão,
o amor chegaria talvez.
Flor de Moraes

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Primeira anotação de julho

No dia que o muro caiu, também cairam os paradigmas fracos de uma sociedade frágil e desgastada. No dia que o muro caiu, as famílias se uniram, as pessoas se abraçaram, os amigos se reveram, a metade tornou-se inteira. No dia que o muro caiu, eu também derrubei meus medos e dei abertura para que o sol brilhasse onde outrora fazia sombra e era frio. E não menos esperado, tanto havia me acostumado com o inverno constante na minha alma gelada, que o sol não mais esquentou e nunca foi primavera no jardim onde os pássaros não cantam mais. Restou-me não mais do que as lembranças fragmentadas do muro que me dividia, as pessoas que iam e vinham, a poeria de dias intermináveis onde eu era o único personagem num palco iluminado. Tornei-me tão ausente do mundo e de pessoas que acostumei-me com a solidão como minha única companhia, a única que verdadeiramente nunca me deixou. E tão ocupada em juntar os cacos do muro que caiu, pouco eu vejo que alguém precisa de mim, da minha ajuda, presença ou simplesmente meus ouvidos. Tranco-me nesse mundo que eu criei para que não veja o mundo lá fora, o que pode ser bem pior do que o meu. E de fato eu não me importo. Agora resta-me um caminho pela frente que eu faço questão de percorrer. E as lembranças? Eu seleciono as que eu quero levar. E o que eu faço com os cacos? Vou catando aos poucos que é pra não me cortar em alguma recordação inútil.
Laura Santos

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Nordeste parte III

Ontem, por motivos diversos, eu não pude postar. Estou tomando antibióticos esperando ficar boa para as férias que já chegaram. Enfim, continuando a sequência de posts sobre Recife, hoje vou falar da FENNEART. A Feira Nacional dos Negócios de Artesanato e também do Salão de Arte Popular de Pernambuco acontece em Olinda no período de 4 a 13 de julho. A feira envolve todos os estados brasileiros e conta com a participação de outros países para a sua realização. "Para esta edição os organizadores esperam 220 mil visitantes e uma movimentação de R$ 20 milhões em negócios durante os dez dias nos 770 estandes instalados, com mais de 3.200 expositores." Ano passado eu tive a sorte de chegar na época da feira e eu me encantei demais. Para se ter uma noção do tamanho do evento, a gente chega de tarde e sai de noite. É um galpão que quando entra, não dá mais pra sair porque são duas portas e todo mundo caminha num único sentido. Além dos stands com MILHARES de coisas artesanais para serem vendidas, o evento também conta com a apresentação de grupos locais, banheiros super limpos, estacionamento completíssimo e uma praça de alimentação lindinha. Só quem viu aquilo para ter ideia do que se trata. Vale lembrar que os ingressos são bem baratinhos e é melhor levar alguém pra ajudar a carregar as sacolas porque a gente quer comprar TUDO.
Abaixo algumas fotos para ilustrar a imensidão, diversidade e cultura da feira.







(A Jú vai ser mãe, eu vou ganhar um primo e finalmente meu pai vai ser tio. Felicidade fluindo nas famílias Santos e Rocca.)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Nordeste parte II

Seguindo a sequência de postagens dessa semana, volto a falar do Nordeste como referência para as férias. Ontem falei de restaurantes e barzinhos, hoje vou falar de cultura e pontos turísticos.

Bem pertinho de Recife, fica Olinda. Um lugar de dar água na boca e enxer os olhos de tanta coisa bonita e cultural. Ano passado eu tive que visitar três vezes, todas as três vezes eu me encantei. Em se tratando de cidade, é tudo muito tradicional como vestígio da influência holandesa e alemã. As igrejas, a cidade acidentada, as lojas e as casas ainda guardam partes da história que vale a pena conhecer. Abaixo, mais fotos de tudo que não pode passar em branco.



Essa igreja (vou me lembrar do nome) fica no ponto mais alto da cidade. É encantadora. Toda sua arquitetura foi prezervada e na parte de trás da igreja tem uma espécie de pátio que oferece uma vista dislumbrante pro mar e pra cidade. Lá de cima também dá pra ver a casa do Alceu Valença que era alugada pelo Bar da Boa, mas depois virou ponto da Skol, por isso agora é pintada de amarelo.



Saindo a pé da igreja, a uns cinco minutos andando, tem uma pracinha e um conjunto de lojinhas que vendem de tudo que é artesanal. É tudo muito gracioso e pequeno, o que dá um ar aconchegante e simples.







Tudo é muito encantador e curioso, vale a pena andar um pouco, entrar nas lojinhas, conversar com os vendedores.

Amanhã falo mais.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Destino: Nordeste

Pessoas, as férias chegando e muita gente ainda não sabe pra onde ir nem o que fazer. Por isso, nas próximas postagens vou dar dicas de lugares e atividades para essas férias. São os mais diversificados lugares que, com certeza, algum te chamará a atenção.

Pra começar, vou falar É CLARO, de Pernambuco. Que lugar incrível. Cultura, tradição, comida, feiras e mimimis tudo num lugar só. Pra ser mais específica, recomendo que vão para Recife, a capital do estado, e viagem pelo entorno. É tudo muito perto e cheio de coisas surpreendentes.
Abaixo algumas fotos para ilustrar o que não pode faltar nesse roteiro pernambucano.


Esse bar se chama Boteco*. Tombado pelo patrimônio estadual, o bar é super indicado pra quem vai com família ou amigos. Tem uma vista incrível pro mar, chopp gelado e cremoso e um rodízio que vai de casquinha de siri a camarão empanado. Vale a pena também experimentar o tomate recheado e a empadinha de carne seca. Na parte de cima do lugar, tem um sushibar pra quem gosta de uma comidinha japonesa. Tudo de muito bom gosto.

*Boteco, Av. Boa Viagem, 1660
Recife - PE.


Pin Up Burgueria*, um dos meus lugares preferidos. O restaurante imita as burguerias norte-americanas dos anos 50 e 60. Totalmente ambientalizado, o lugar é incrível para quem gosta de pin ups, sofás vermelhos, hamburgueres gigantes e milk shakes deliciosos. Tudo é bem americanizado, desde o uniforme dos funcionários, até o cardápio. Juro que eu nunca mais quis sair de lá! Super provado e aprovado.



*Pin Up Burgueria, Av Herculano Bandeira, 692
Recife - PE.

Pra quem quer mais informação, AQUI tem o site da burgueria que não podia ser mais fofo.

Amanhã vou falar mais de Pernambuco, já que o roteiro é grande e as opções são infinitas.

domingo, 21 de junho de 2009

Ópera do Malandro

Viajando no youtube e pensando em Chico Buarque, achei esse vídeo do seu filme Ópera do Malandro. Sem dúvida é um dos clássicos que o Brasil tem. Abaixo também tem a letra pra acompanhar.

Merece o clique, pessoas.



TANGO DO COVIL

Ai, quem me dera ser cantor
Quem dera ser tenor
Quem sabe ter a voz
Igual aos rouxinóis
Igual ao trovador
Que canta os arrebóis
Pra te dizer gentil
Bem-vinda
Deixa eu cantar tua beleza
Tu és a mais linda princesa
Aqui deste covil

Ai, quem me dera ser doutor
Formado em Salvador
Ter um diploma, anel
E voz de bacharel
Fazer em teu louvor
Discursos a granel
Pra te dizer gentil
Bem-vinda
Tu és a dama mais formosa
E, ouso dizer, a mais gostosa
Aqui deste covil

Ai, quem me dera ser garçom
Ter um sapato bom
Quem sabe até talvez
Ser um garçom francês
Falar de champinhom
Falar de molho inglês
Pra te dizer gentil
Bem-vinda
És tão graciosa e tão miúda
Tu és a dama mais tesuda
Aqui deste covil

Ai, quem me dera ser Gardel
Tenor e bacharel
Francês e rouxinol
Doutor em champinhom
Garçom em Salvador
E locutor de futebol
Pra te dizer febril
Bem-vinda
Tua beleza é quase um crime
Tu és a bunda mais sublime
Aqui deste covil

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Todos os dias

Todos os dias, no horizonte de algum lugar, um novo sol nasce trazendo consigo a esperança de um dia melhor. Todos os dias, incansavelmente, ele está ali, as vezes mais frio, as vezes mais quente, as vezes mais tímido. É quando vejo pelas frestas da minha janela, alguma poeria cintilante dançando numa companhia de balé russo ao som de não mais do que o silêncio matinal. Todo os dias o sol nasce e espelha no meu quarto raios luminosos que refletem na minha cama e me acordam como um beijo morno, doce, colorido. Não posso reclamar do dia que surge se acordo sendo beijada. Todos os dias ele nasce, quem pode negar? É quando cheira café e bolo de milho frescos, quando as crianças saem para a escola, quando as pessoas vão para seus trabalhos, uns reclamando, outros contentes. Todos os dias ele nasce, não pode ser diferente. É quando me sinto aliviada por poder ver o mundo assim, tão mais claro. Tenho medo da noite, tenho medo do escuro, tenho medo de não poder ver os frutos que as árvores ofertam. E quando o sol nasce, também nasce um novo dia que eu só espero que me traga soluções, esperança, amores e alguma surpresa.

Todos os dias um sol nasce, quem poderia evitar?

Laura Santos

[Lucky - Radiohead]

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Profissional

Ah quem me dera ser compreendida
que essa é a profissão da minha vida
e que eu amo ser assim.

Ah quem me dera me amassem
e em notas verdes me pagassem
o prazer que eu lhes dou sem fim.

Mas que esquinas de gente pequena,
tomam minha alma por pequena
só porque nunca me formei.

Mas na profissão da vida,
gosto de ser vadia
enquanto garis pagam de rei.

E quando me pergutam maliciosamente,
se não gostaria de uma vida decente,
eu respondo que não.

Pois como médicos e doutores,
também tenho dinheiro e amores
e alimento as crianças com pão.

Flor de Moraes

domingo, 14 de junho de 2009

Pássaros

Pássaros engaiolados cada um de um lado
anseiam de bom grando que se soltem os cadeados
e que voem livre lado a lado.

Pássaros de sobrevôos breves e rasantes
pedem que não vivam assim tão distantes
e livre sejam por alguns bons instantes.

Pássaro que vai pousar na minha janela,
tenho tanto medo de que um dia vais embora,
deixando triste minha alma que chora
e nem se lembre quão nobre era ela.

Pássaro que eu quero que aqui esteja,
por favor amor não me negue,
mas se por ventura eu não me apegue
lembre-se de tudo que é breve,
e que assim seja.

Flor de Moraes

[Peaches and Cream - John Butler Trio]

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Retrato em Branco e Preto

Música: Retrato em Branco em Preto.
Composição: Tom Jobim e Chico Buarque
Interpretação: Tom Jobim e Elis Regina (mas com Ney Matogrosso também é demais)
Crítica: Impressionante. Tom e Chico têm a letra, Elis e Ney têm a interpretação. Para quem anda meio melancólico, meio indiferente com a vida, é genial. Parece que lava a alma.

Abaixo duas versões da música e a letra.





"Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho,
E sei também que ali sozinho,
Eu vou ficar tanto pior
E o que é que eu posso contra o encanto,
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto e que, no entanto,
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes, velhos fatos,
Que num álbum de retratos
Eu teimo em colecionar

Lá vou eu de novo como um tolo,
Procurar o desconsolo,
Que cansei de conhecer
Novos dias tristes, noites claras,
Versos, cartas, minha cara
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado,
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado e você sabe a razão
Vou colecionar mais um soneto,
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração."

[post melancólico para o dia dos namorados que eu passarei sozinha e bem, sim]

terça-feira, 9 de junho de 2009

Embarcação

Erguei-vos mastros do meu barco à vela
que eu nunca mais hei de vê-la
nunca mais hei de tê-la
nem nunca mais hei de chorar por ela.

Erguei-vos, oh mastros do me barquinho
que ora já se faz tempo futuro
vamos que água também é solo duro
e eu não quero debater-me pelo caminho.

Soprai os ventos da saudade
e levem meus beijos pra ela
dona dos meus sonhos, pequena donzela
desde agora e sempre eternidade.

Carreguem de água e comida
os porões dessa embarcação
pois já trago calejado coração
dessa farta e mísera vida.

H. Guimarães

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Quando eu crescer

Pai, eu sei o que eu quero ser quando crescer.
Sabe aqueles homens assim, meio tipo, vagabundos? Desses que ficam até tarde na rua, dormem na sarjeta, bebem cerveja, saem com umas vadias, escrevem nos guardanapos e batucam na mesa? Desses assim, meio descompromissados, cheios de amor e poesia que andam falando de Vinícius e Elis? Sabe pai, aqueles que sentam na calçada, sonham com a vida e não pedem nada? Eu quero ser um deles. Quero sentar na calçada, escrever um poeminha, batucar na caixinha de fósforo, quero acender um cigarro e ter sempre uma boa companhia (nem que seja boa de cama) e quero morrer cercado dos meus amigos, meus amigos tão beatnicks e boêmios quanto eu. Sabe pai, eu quero ser assim. E que me falte o dinheiro, mas não a poesia, e se me faltar família, terei um copo de cerveja e um cigarro que muito me servem de companhia.

Eu quero ser assim.

Laura Santos

sábado, 6 de junho de 2009

Interdisciplinar


Texto desenvolvido com finalidade acadêmica para o projeto Interdisciplinar I da faculdade ESAMC Uberlândia.
Tema: O poder da imagem.
Tema do projeto: Influência Norte - Americana

Prezados amigos Portugueses,

Saudações e novidades dessas terras tupiniquins. Tenho muito que contar.
Tão logo que os amigos partiram, as coisas começaram a ficar assim, meio português, meio inglês e a gente nunca sabe muito o que é o que. Não tem mais a farinha de mandioca, nem o peixe assado, nem as frutas frescas e tropicais, agora a gente come hamburguer no McDonalds, toma Coke e engorda a lot. Nos finais de semana tem happy hour com os amigos, tomamos Heineken gelada e comemos mais junk food. Tem mais, amigos lusitanos, nossas crianças não brincam mais no playground do condomínio, agora elas jogam Speed Racer no Vídeo Game com a televisão em High Definition e preferem nuggets com catchup ao famoso bolo de milho brasileiro. Se não é o tal do vídeo game, é o tal do chat on the internet, status online e meu dinheiro sumindo quando o mouse quebra ou tenho que comprar um flat monitor ou um novo HD, ou Hard Disk para os amigos leigos. No país do futebol, agora também se joga golf e baseball e pratica-se body jump.
A gente também está ficando mais bonito, agora tem make up diurna e noturna, balm stick para os lábios secos e mega hair para o cabelo curto ficar longo em questão de horas. E não há nada, absolutamente nada que Photoshop não dê jeito. Tem horas que a gente tem que se acostumar, sabe? Quando eu vejo meu filho falando que vai fazer o “download do filme Star Wars, da série Lost e da banda Nirvana Unplugged MTV live at New York” eu pergunto: Vai comer ou vai passar no cabelo, filhinho? Aí ele me manda ir ver Big Brother Brasil.
A educação também mudou, como tudo nesse país. Agora se fala muito em marketing, feedback, e festa open bar. Na rua a gente recebe flyers, folders e vemos banners e outdoors de longe. É tanta coisa que eu já ando fazendo uma lista pra não me perder. Eu sei que Nike fica na loja de tênis, Masterfoods fica na gôndola do supermercado e screamo não é a mesma coisa que hardcore. Ah que saudades eu tenho do bom e velho blues!
E apesar de tudo isso, de toda essa desconstrução de identidade nacional, a globalização desenfreada e a informação cada vez mais rápida, ainda assim, nós somos uma população feliz, cheia de highs and lows e podendo dizer: Yes, we can porque nós somos brasileiros and we never give up.
E como diriam os americanos,
See ya’

P.S: Assim que tiver tempo, te mando um email sobre o último episódio da família mais querida, os Simpsons. E ah! Agora eu tenho myspace, facebook e twitter pra manter o contato com essas terras distantes.

Kisses.

Brasil.


Laura Santos

terça-feira, 2 de junho de 2009

Mas é claro

E já era tempo de ver as folhas caindo
e o sol muito pouco esquentando,
já era tempo de sair mais agasalhado
e ver a gente se amando,

já era tempo que você chegasse logo,
e de repente me livrasse do frio,
já era tempo andar mais rápido
e preenchar ora o espaço vazio.

Já era tempo do tempo frio chegar,
sem medo e apressado,
já era tempo desse frio tempo gelado,
e mais cortante do que a pior dor que eu carregar.

Mas já era tempo, porque até o tempo se vai,
e se eu me lembro das tardes quente de verão e
da pouca roupa?

-Mas é claro, eu fui tão feliz...

Flor de Moraes

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Dia de parabéns

Ímpar a distância que se extende
garantindo apenas as lembranças que
ontem não apagou, mas
repetem-se todos os dias quando deito e
sonho
aquele sonho que tinha quando criança e agora
levo pra velhice, até enquanto
enquanto durar sua imagem
solitária de quando você foi embora
ficando apenas a hora que
eu pedir pra você ficar,
repetindo seu nome,
respondendo um condinome,
ensaiando sua volta,
ignorando a última fala
retocada que eu ensaiei no dia
antes da sua partida.

Feliz aniversário.

[Regra de Três - Vinícius de Moraes e Toquinho]

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Preferência

Se de amor fiquei prostrado,
num copo de whisky acho leito de socorro,
porque quando penso que vivo, tanto de sonho morro.

E de amor fiquei pobre,
porque tu me levaste até minhas moedas
deixando-me dependurando a esperar-te na janela.

E se de amor penso ser coitado,
muito me faz o coração enganar
pois prefiro ainda que por engano
amar outro coração leviano
do que de verdade lágrima chorar.

H. Guimarães

terça-feira, 26 de maio de 2009

Mais saudade



"What you wanna say,
Wait until you get home.
I'm sick of communicating now over the telephone.
Tell me how you feel,
For I am lonely too
Need you to know
I'm just as cold and numb as you."

[tá, eu ando sem tempo, tenho que me dividir entre faculdade, agência, família e amigos]

sábado, 23 de maio de 2009

Agora sim

Eu que andara distraído
trazendo no bolso poucos centavos
o paletó um tanto retalhado,
eu que tropecara n'outro amor distraído.

Me veio sem trazer nada,
nem pão, nem dinheiro, nem poesia,
não me deu nada que não podia
nem nada que eu já não estava acostumada.

Ele de bolso vazio,
sem casa, sem abrigo e proteção
me oferecia a mão de amigo e amor de coração
quando me veio e apenas me sorriu.

Agora vamos aonde o vento nos levar,
e continuamos na miséria e probreza
mas agora nos vestimos de beleza
e moramos onde o amor nos abrigar.

Flor de Moraes

[Confessions - Dallas Green]

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Notícias musicais


Música é solidariedade. Reune pessoas, arrecada fundos, junta e mistura estilos, promove. E nesse contexto solidário, a gente vê pessoas do próprio meio musical se ajudando. É o que estão fazendo os conjuntos Korn e Slipknot para ajudar o baixista da banda Deftones. "O músico sofreu um acidente de carro em novembro do ano passado e ficou em coma durante pouco mais de cinco meses. Atualmente, a família de Chi Cheng precisa levantar verba para cobrir as despesas hospitalares.

Para ajudar Cheng e sua família, o baixista Reginald Arvizu e o baterista Ray Luzier (Korn) se juntaram aos guitarristas Jim Root (Slipknot), Clint Lowery (Sevendust) e Brian Welch (ex-Korn) para gravar uma música instrumental, informa o site Gigwise.

A data de lançamento ainda não foi anunciada. O baixista Chi Chen.g se recupera em estado de semiconsciência."

Isso é pra provar que além de toda essa concorrência por fãs, direitos autorais, cachês e imagens, existem artistas que ainda se preocupam com o espírito solidário e humanitário acima da competição artística.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Agência



Nove Comunicação presents:

THE AMERICAN WAY OF LIFE.

Coming up...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Improviso


É quando a imaginação owna.

domingo, 17 de maio de 2009

Só por hoje

Você não gostaria de ficar essa noite?
Só essa noite?
E só por hoje não me deixar?
Segurar minha mão,
beber aquele vinho suave,
escutar aquela música que nos envolve.
Só por hoje você não gostaria de ficar?
Dançar uma valsinha comigo,
ler as cartas que eu nunca te mandei?
Você não gostaria?
De comer frutas frescas,
de me amar de novo,
de trazer seu amor uma última vez pra mim?
Não quer?
Que eu seja outra vez sua,
ver minha mão na sua,
sair correndo descalços pela rua?
Por que você não fica?
E me faça dormir até ter um sonho bom,
e acarinhe meu cabelo de mansinho,
e me cante alguma coisa no tom
e me faça companhia até que você
deixe de ser sozinho?

Por que você não fica?
Não vá embora, não me deixe
na saudade,
não me deixe agora,
não me deixe mais.

Flor de Moraes

[As much as I ever could - City and Colour]

[sinto tanto a sua falta, ainda queria você aqui. Pra me ensinar da vida, pra viver esse tempo comigo, pra ser meu pai, meu tio, meu irmão e meu amigo. TE AMO]

sábado, 16 de maio de 2009

Receitinha


Com o frio chegando, nada mais aconchegante do que se esquentar comendo algo saudável, gostoso e fresco. Vai aí uma das minhas receitas preferidas que eu acho que combina demais com o frio.

Penne ao molho gorgonzola.

1 pacote de macarrão pene
1 lata de creme de leite
1 tablete de manteiga
1 tablete de caldo de carne
1 colher de requeijão cremoso
1 caixa de molho de tomate
100g de queijo gorgonzola

Enquanto o macarrão cozinha, amasse o tablete de caldo de carne com a margarina e o queijo gorgonzola. Coloque na panela para dourar. Quando estiver dourando, coloque o molho de tomate, e por último o creme de leite e o requeijão cremoso.
Acerte o ponto do sal de acordo com a preferência.

Dicas:
Vale MUITO a pena colocar brócolis também. Para isso, basta fritar levemente o brócolis no azeite e misturar ao macarrão e o molho.
Também vale a pena tomar um vinho, de preferência tinto e seco. Pode ser gelado ou temperatura ambiente.
E por fim, prefiram BB King , The Yardbirds ou qualquer blues para trilha sonora.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Diversos

Bem, pra sair um pouco da rotina poética, literária e cultural desse blog, vou postar uma sacada de publicidade em Recife. O Jornal do Commercio (sim, commercio com dois Ms) precisava anunciar a si mesmo! Ai, fizeram esse vídeo que entrou na cabeça não só dos moradores de Recife e região, mas dos turistas que, assim como eu, sairam de lá cantando a musiquinha. O resultado foi brilhante. Hoje existem mais de 20 versões do vídeo e muitos foram veiculados. Vou postar dois, mas deixo o site do jornal AQUI para quem quiser ver mais. O primeiro vídeo é o original da campanha, os outros, tanto o do blog, quanto do site, são os vídeos realizados por clientes.




quinta-feira, 14 de maio de 2009

Verdades

Ainda que eu andasse, nunca sairia do lugar,
ainda que eu falasse, nunca diria nada,
ainda que eu explicasse, ninguém entenderia,
ainda que eu gritasse, ninguém escutaria.

Ainda que eu plantasse, regasse e cuidasse do jardim,
ainda que eu muito fizesse,
ainda que muito eu queisesse,
ainda que muito eu me esforçasse,
nunca, nem nada, nem ninguém, nem coisa alguma
brotaria de árvore que eu plantesse.

Sou eu, tão somente eu, esse corpo vazio,
perecível, egoísta e frio.
Sou eu, esse desastre humano,
que nasceu por erro e vive por engano.
Sou eu, essa indecência interminável
de dúvida constante,
pecado imperdoável
e doença incurável.

Sou eu, mendiga da própria existencia,
carente de amor, de atenção, de solidão.
Sou eu, o que não queria ser,
o que nunca será,
o que vê vindo e deixa escapar
a que nasceu anônima
e tão desconhecida, um dia, partirá.

-Levando nem a infinita desilusão que só a vida me proporcionou.

Laura Santos

[Hide and Seek - Imogen Heap]

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Passou

Ontem, depois que você saiu por aquele porta afora,
eu até pensei em sofrer, pensei em chorar,
pensei em cair, pensei em beber,
mas antes que eu me encontrasse
embriagada, estirada no chão de alguma praça,
eu já estava de pé.
Sim, eu me reergui antes mesmo de desabar,
não vale a pena cair por qualquer terremoto,
não vale a pena sofrer por qualquer não,
nem vale a pena sofrer por você.

E nem chorar eu chorei,
apenas sentei na calçada e observei o dia cair.

Quem sabe um outro amor não tropeçava em mim?

Flor de Moraes

terça-feira, 12 de maio de 2009

Reencontro

Vem cá, meu caro amigo Vinícius, vamos falar do Nelsinho, tá lembrado dele? Viu o que ele escreveu no seu último livro? Pois é, uma polêmica. Tá lá escrito "Vai tomar no cu" em boas letras em tinta preta impressas. É meu amigo, a vida como ela é. E a Clarice? Tanto tempo que não falo com ela, soube que num surto no hospital, as beiras da morte, ela saiu louca, desvairada correndo pelos corredores e disse à enfermeira que tentava acalma-la "Você acabou de matar minha melhor personagem." Claricinha, tão meiga, tão doce, tão apaixonada. E Leminski? Leminski é um bom companheiro, disse que não há mais nada bonito que a bosta da pessoa amada. Leminski é um cachorro louco, um eterno adolescente. Mas me fale de Quintana, ele já virou passarinho? Ah, meu amigo Vinícius, ainda tens whisky pra gente beber? Eu levo um cigarro e a gente passa uma tarde em Itapoã, sim? Sinto tanta falta de nossas conversas e dos poeminhas que a gente rabiscava. Não sentes falta desse tempo, poetinha? E onde estão nossos velhos companheiros? Morreram de amor, de cachaça, ou de desgosto? Onde está a poesia de que tanto gostávamos e agora se foi? Diga-me, poeta, a vida agora é só isso? Nem sambinha, nem prosa, nem a bossa nova? Mas que vida mais sem graça! Nem cheiro de mar, nem cachaça de rolha, nem as putinhas novas de Copacabana mostrando-me seus seio rosados! Ah meu caro, sei lá, a vida tem sempre razão. Enfim, dê lembranças a Powell, Toquinho e Chega de Saudade!

Flor de Moraes