segunda-feira, 8 de junho de 2009

Quando eu crescer

Pai, eu sei o que eu quero ser quando crescer.
Sabe aqueles homens assim, meio tipo, vagabundos? Desses que ficam até tarde na rua, dormem na sarjeta, bebem cerveja, saem com umas vadias, escrevem nos guardanapos e batucam na mesa? Desses assim, meio descompromissados, cheios de amor e poesia que andam falando de Vinícius e Elis? Sabe pai, aqueles que sentam na calçada, sonham com a vida e não pedem nada? Eu quero ser um deles. Quero sentar na calçada, escrever um poeminha, batucar na caixinha de fósforo, quero acender um cigarro e ter sempre uma boa companhia (nem que seja boa de cama) e quero morrer cercado dos meus amigos, meus amigos tão beatnicks e boêmios quanto eu. Sabe pai, eu quero ser assim. E que me falte o dinheiro, mas não a poesia, e se me faltar família, terei um copo de cerveja e um cigarro que muito me servem de companhia.

Eu quero ser assim.

Laura Santos

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