quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Fim de tarde

E lá se vai mais um dia. Já passa das 18:30 e eu ainda estou trabalhando esperando com boa vontade o último impresso. Nesse meio tempo escrevo, pois nos meios tempos do dia inteiro eu pensei a ponto de me perder. Procurei motivos, argumentos, fatos, alguma coisa, qualquer coisa que seja para não pensar, nem querer, nem gostar de você, mas não achei algum muito forte. Simplesmente continua martelando na minha cabeça sua figura, assim como sua voz nos meus ouvidos e sua boca na minha boca. É estranho, mas a essa altura percebo que ainda deve haver seu suor na minha nuca e seu perfume na minha pele. Paro, respiro, suspiro e vejo relances dessa história passando pela janela dos meus olhos. O sol está ficando fraco e cada vez mais tímido no horizonte. Nesse instante desejo me transportar para longe e te alcançar na linha que o sol se esconde e a lua invade trazendo as noites ébrias, passionais, cheias de volúpia, suspiros, ais. Diante de tanta lembrança e vontade, é bem natural que eu não ache um motivo que seja para te odiar, te ignorar, te detestar e dizer que eu não te quero, não te espero e não sinto sua falta justamente quando a saudade bate cada vez mais forte a cada segundo que se vai tarde a fora e noite a dentro. No ápice do desespero e confusão, encerro meu desabafo antes que seja dominada por sentimentos que não posso controlar com a palavra que eu pensei ter se perdido dentro de mim, mas achei quando compreendi o que vejo em você: amor.

Laura Santos no dia em que negou tudo o que ela defendera e era até então.

['cause I wanna take you away]

Um comentário:

Jéssica Gentile Baldijão disse...

Adorei o que escreveu!
Identifiquei-me com as suas palavras, nem sei porque...