segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Um dia atípico

Hoje não tem música de segunda. Não tem a vontade incontrolável de começar bem uma semana para que os dias seguintes sejam melhores do que os que já se foram. Hoje não tem alegria, não tem trocadilho, não tem conversa fiada. Hoje tem silêncio, hoje é dia de calar. Hoje é dia de apenas assumir o atestado de incompetência e chorar muito. Hoje é dia de não mais ser forte e dizer ao mundo que cá no peito explode uma tristeza gigante e dolorida. Hoje é dia de sair do controle e perder a razão num silêncio tão vazio quanto a própria morte. Hoje é dia de deixar o rosto se lavar de lágrimas profundas que cintilam na luz da tarde que vai embora. Hoje poderia ser apenas mais um dia, mas é um dia de ser um pouco mais. Hoje é dia de dar fim numa história que veio de lugar nenhum e vai pra lugar algum. Hoje é dia de apenas ser mais uma e não ser mais ninguém além dessas palavras que desabafam e da alma que desaba. Hoje é apenas mais um dia que amanhã eu me lembrarei com orgulho porque hei de ser um pouco mais forte ao passar das horas. E que amanhã seja tão bom e seguro quanto à minha vontade de que ele seja. Tudo isso sem você, sem suas lembranças e sem sua presença que já esteve aqui e que agora não está mais.

Laura Santos desejando fortemente que tudo isso passe, mas que passe logo.
[não era amor, não era nada, agora nada não passa de dor. Dor surda, cega e calada para que ninguém ouça, veja e nem fale nada.]

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