quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Foi um dia bonito

Tenho pra mim que as coisas nascem em dias bonitos, mas morrem também. Acredito que as flores escolhem os melhores dias de verão para brotarem, mas não esperam o frio fosco do inverno para morrerem. Nesse contexto, acredito que o amor possa nascer num dia bonito. Tanto faz se na chuva, a noite ou entre lágrimas, mas não se pode negar a beleza de um amor que nasce. E, por fim, num dia bonito ele também morre. Num dia com o céu azul claro, o sol cintilante e a brisa fresca. Um dia como hoje. Sem dor, sem lágrima, sem choro nem vela, apenas a certeza de que nada é eterno, mas que dura intensamente na beleza em que ocorre. Acabo, assim, de matar um amor que nasceu num dia bonito, mas não poderia ter escolhido dia mais belo para enterrá-lo sob os escombros da lembrança, da saudade e do tempo que há de me fazer esquece-lo.
[foi um dia bonito. foi.]

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