quarta-feira, 25 de março de 2009

Das lembranças


Era uma tarde de céu nublado,
o ar tinha um cheiro de maresia
e um gosto um tanto salgado.
Pelos poros um suor quase inocente
transpirava.
As mãos úmidas, os olhos brilhantes
como de uma criança.
Embora nuvens carregadas fossem promissoras,
não choveu. Ao contrário,
o sol se escondia timidamente no
horizonte de uma praia urbana,
porém deserta.
E eu me lembro tão bem.
Parece que acabou de passar,
mas se fora já tem um tempo.

Agora eu me encontro aqui,
detida em pensamentos pessimistas
que me apavoram o otimismo.
Chove, uma chuva triste,
melancólica, quase que, o céu
em depressão, agora chora seu
desespero.
E eu me desespero,
por fazer dessas palavras
meu desabafo,
de presente meu passado
e de companhia só
me restou a solidão.

Flor de Moraes

Nenhum comentário: