quinta-feira, 5 de agosto de 2010

a vida, os sonhos




Me entrego por completo aos sonhos que venho costurando com a linha do tempo. Um trabalho artesanal tão bonito que, aos poucos, compõe o cenário e os personagens perfeitos para que eu seja feliz. Aos poucos vou emendando um a um à medida que quero realiza-los ou simplesmente não esquece-los. Tenho o cenário perfeito. A praia de areia branca e fofa, o sol quente como sempre, o mar azul como nunca, a solidão necessária para encontrar-se depois da linha do horizonte, onde o mar termina, onde o céu começa, apenas o barulho das ondas para quebrar o silêncio dos pensamentos explosivos. Sair sem bater a porta, sem vestígios de mágoas ou ressentimento, apenas as boas lembranças do passado para o começo de uma vida pintada no pano do destino. Sentir o vento bater no rosto e o cheiro da liberdade que isso proporciona. O cheiro inconfundível da felicidade. Ter apenas a surpresa dos minutos que nascem a cada manhã e ter o dia todo para ser o que quiser. Ser feliz. Ser apenas feliz. Sem muito tempo para nostalgia ou melancolia, saboreando, aos poucos, esses pequenos instantes em que se é, ao mesmo tempo, escritor e personagem e diretor e ator da própria história costurada, pintada e bordada nas telas dos sonhos.

Laura Santos ao som de High and Dry.

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