Nunca vi mais leve nem mais quente,
mesmo que me viesse tarde da noite escura
cheia de álcool e paixão de repente.
E me veio na hora em que meu corpo arrepiava
e calafrios percorriam pelos ventos que mais tarde
me levariam para longe, mas não afastaria.
E me acompanhou nas noites solitárias
quando apenas o cheiro me fazia
companhia e preenchia de saudade
a pele que o suor transpirava.
Era a aliança do compromisso
de fim tão imediato quanto
o início, só que mais sofrido.
Era o porta retrato que moldava
a face do anjo mais lindo que eu
até então conhecera,
antes de virar diabo.
Era lembrança do passado
e objeto do futuro a dois
que eu construía.
Mas foi embora.
Virou memória.
Foi entregue de volta
quando o amor acabou.
Só restou a fotografia.
Laura Santos sem sentir frio.
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