segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Eu

Os meus inimigos estão por me definir,
meus amigos por entender,
os que me amam por aceitar
e eu por apenas ser.
Eu, tantas vezes colocada entre
o querer e o não-querer,
entre o estar e não-estar
entre o ser e o não-ser.
Eu, a linha tênue que fica
entre o sim e o não,
entre os limites e extremos
de qualquer coisa
que se contradiga.
A linha que não explica,
mas também não cala.
Eu, tantas vezes uma pergunta,
uma resposta silenciosa que
se arrisca num grito mudo que
ninugém ouviu.
Eu, que tantas vezes sofri
as dores de ser apenas eu,
ainda que não soubesse o que ou quem.
Que tantas vezes paguei o preço
tão mais alto que podia pagar,
que tantas vezes me arrisquei
em investimentos baratos.
"A vida me deve"
Eu, que não arriscaria
me definir não por falta
de definição, mas pela complexidade,
infinidade e limitação que
as palavras podem causar.
Eu, que tudo falo e nada explico,
e quem merece explicação?
Eu, personagem da minha história,
protagonista de mim,
da minha audâcia,
da minha fraqueza,
da minha mania de ser.
Ou não.

Laura Santos, uma pergunta, uma controvérsia.

Um comentário:

Larissa Cantarino disse...

Muito,bacana...rolou uma pequena identificação com esse e outros posts...
muito legal esse seu cantinho aqui.
=*