Que aquilo que o coração fala, tampe-se os ouvidos da razão,
para que quando o coração falar, os ouvidos não deturpem
nem se firam com as palavras escandalosas do amor.
Que ele fale baixinho, fale de leve, fale manso,
que mal possa se ouvir a voz, os tons, o murmúrio
melódico e enjoativo escaldado nas águas do amor.
Que ele seja firme como uma rocha e agitado como um cais,
mas que saiba reconhecer os bem feitos da razão
para que não se envelhece sob o teto do amor.
Que seja o último a chegar e o primeiro a sair,
que se guarde no próprio silêncio e que
fuja incansavelmente do tal do amor.
E o amor? O amor fica a cargo das lembranças,
da pele e da nostalgia promovida simplesmente
por amar, mas nunca ter amado de fato.
Laura Santos
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