Eu vou zarpar.
Vou juntar meus trapos num saco, amarrá-lo e joga-lo nas costas.
Vou morar nas encostas do mar.
Vou para onde ninguém me perceba,
me conheça ou me chame,
onde niguém graceja nem reclame
se eu não for o alguem deseja
Vou para onde eu trabalhe e receba
moedas e vale pão,
que o tempo não me ouse um não
e, no minimo,
que assim seja.
Vou embora, vou dar o fora,
vou juntar minhas trouxas, minhas roupas,
minhas migalhas.
Vou seguir pela estrada amarela, chegar
no porto solidão, atracar no cais da saudade,
chorar uma lágrima de felicidade e morrer a merce da ilusão.
É que eu cansei de morar no meio do cerrado,
no meio desse nada habitado.
Eu quero o mar, o gosto de sal e o pôr do sol.
Flor de Moraes
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2 comentários:
Amar o mar, é muito mais que isso tudo, é viver, é sonhar... É esperar acordado manhã de viagem, é aprender a amar!
Me chama pra ir junto, posso até ter meus segredos, mas juro te contar. Na orla, na areia, sob a maresia do nosso turvo e ancestral, mar.
Saudade de escrever com você... A propósito, continuas genial, ;* .
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