Amizades e lembranças são aquelas que ficam. E hoje me deu tanta saudade delas. Cada vez mais perto das lembranças, cada vez mais distante das amizades separadas por fatores que não controlamos, mas simplesmente aceitamos por não ter muito o que fazer. Saudade daquele tempo. Talvez o melhor que eu tive. É como acordar e nascer outra vez, só que andando. Você reaprende tudo. A conversar outra lingua, a comer uma outra comida, a se comportar em outra cultura, a amar uma nova família, a se divertir com novos amigos. E você ser acostuma. Com o cheiro da casa, com a organização das ruas, com o gosto da comida mexicana, com o vento às vezes tão gélido, às vezes tão quente. Você se acostuma a ter nascido novamente com 18 anos e é feliz por ter duas vidas tão distintas, tão parecidas, tão iguais, tão normais. Você se acostuma com o horário pra acordar, pra chegar em casa, pra se alimentar. Você aprende novos sons e se acostuma com eles todos os dias, as músicas que embalarão pra sempre esses dias. E você gosta. Gosta de como você se diverte, das bandas, dos programas, dos lugares, das pessoas, de cada hora que você deseja ir pra casa, mas ficar, tudo ao mesmo tempo. E um dia você sente falta. Falta de cada um desses segundos tão particulares, tão vividos, tão bons. E você deseja que eles voltem e se repitam cada vez que a saudade no peito aperta. E depois de tudo, o que ficam são lembranças e amizades: amizades distantes e verdadeiras e lembranças que a mesma distância não há de apagar.
Laura Santos sentindo falta, muita falta daquele tempo.
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