Tenho pra mim que as coisas nascem em dias bonitos, mas morrem também. Acredito que as flores escolhem os melhores dias de verão para brotarem, mas não esperam o frio fosco do inverno para morrerem. Nesse contexto, acredito que o amor possa nascer num dia bonito. Tanto faz se na chuva, a noite ou entre lágrimas, mas não se pode negar a beleza de um amor que nasce. E, por fim, num dia bonito ele também morre. Num dia com o céu azul claro, o sol cintilante e a brisa fresca. Um dia como hoje. Sem dor, sem lágrima, sem choro nem vela, apenas a certeza de que nada é eterno, mas que dura intensamente na beleza em que ocorre. Acabo, assim, de matar um amor que nasceu num dia bonito, mas não poderia ter escolhido dia mais belo para enterrá-lo sob os escombros da lembrança, da saudade e do tempo que há de me fazer esquece-lo.
[foi um dia bonito. foi.]
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