No dia dos meus 21 anos de idade o céu amanheceu nublado. Chovia uma chuva de segunda feira anunciando que a semana já começara fria e molhada. Tive uma manhã normal. Fui à faculdade, estudei, abracei meus poucos amigos e recebi votos de felicidade da minha família. O tempo continuava nublado, mas minha aura brilhava coloridamente. No dia dos meus 21 anos, não muita coisa mudava, apenas o fato de que eu ficava um ano mais velha, porque, de fato, o tempo passa e isso não muda. Não tive uma comemoração espetacular, embora não esperasse por nada que fosse grandioso. Me contentei com os abraços, os votos de felicidade, os presentes, os telefonemas, e-mails e mensagens de quem se lembrava da data. Também me contentei com a chuva e o tempo frio, afinal, eu ficava mais velha, mas não podia mudar certas coisas. No dia dos meus 21 anos de idade, eu ainda continuava com os velhos vícios de sempre, a mania incansável de tudo no lugar, os tons avermelhados, a velha bossa nova, o sarcasmo de Leminski e a poesia de Vinícus. Me contentei em escrever algumas palavras sobre meus 21 anos de idade. Um dia, quem sabe, não escreva sobre o que fiz no dia dos meus 90 anos? Talvez procure um virgem, talvez encontre um amor, talvez nem chegue lá...
Laura Santos
[sem música, apenas fatos, fotos e melodias que passam ligeiramente na minha cabeça me lembrando que já se passara 21 anos. Quantos outros ainda estariam por vir?]
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