segunda-feira, 31 de maio de 2010

Os olhos mais azuis que eu já vi

Olhar de perto os olhos mais azuis que eu já vi:
é bom, faz bem e deixa um quê de saudade.

Laura Santos toda remendada, dolorida e já cheia de saudade do final de semana.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Recall Geral

Atenção consumidores e proprietários das camas...qualquer cama serve. Pode ser de solteiro, de casal, king size, um colchão velho, uma box ou até mesmo um colchonete. Queiram, por questões de saúde, devolver a sua cama na respectiva loja ou fábrica onde foi adquirida. Devido a um defeito de fábrica, as camas estão se comportando de forma atípica e causando transtorno mental, corporal e pscicológico aos usuários. Milhares de consumidores já reclamaram da indisposição para levantar e os chefes e patrões estão cada vez mais pertubados com os atrasos de seus funcionários causados pelos famosos "só mais cinco minutos". As empresas advertem ainda que, em tempos tão ocupados, permanecer mais cinco minutos na cama ou, ainda, ativar a função "soneca" dos celulares, é um comportamento totalmente sem propósito e improdutivo. Acordar cedo e dormir tarde é obrigação natural de qualquer ser humano proletário e pagador de suas contas. Qualquer coisa que ultrapasse essa condição, o caracteriza como preguiçoso, sonolento e indisposto. Esse recall tem validade por tempo indeterminado e é de caráter saudável. Medidas serão tomadas para que você não queira ir pra cama e, quando estiver nela, deseje abandoná-la quase que subtamente.

Atenciosamente,

todos as empresas e fabricantes de colchões e camas.

Laura Santos para a Jessie que insiste no "só mais cinco minutos" e para quem mais se identificar com a dificuldade em acordar, seja lá que horas for...

terça-feira, 25 de maio de 2010

Alternância

minha vida se alterna entre o preto e o branco
numa escala de cinza deprimente pela ausência de cor.
e eu me divido entre sim e o não.
entre o que sou e o que não sou,
o que quero e o que não quero,
ou vou ou não vou.
fato da vida só a morte,
sendo esta mais urgente
pela falta absurda, quase cruel,
que me faz um canto pra estar,
uma canção pra cantarolar
e um amor macio pra amar.

Laura Santos andando tão triste, andando pela sala, não morando mais nela mesma.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Besta de amor

Quem encontra alguém com quem se deseja estar,
um par de olhos cor de céu e mar,
uma boca flamejante de se beijar,
um sorriso iluminado de se olhar,
um colo macio de deitar,
um papo gostoso de papear
e um uma saudade doida de apertar,
pode saber:
fica besta de amor

Laura Santos ao som de O Nosso Mundo.
Eu voltaria atrás no tempo.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Oh amor

Eu já conheço-te dos sonhos que eu sonhei pra mim,
mas sem poder tirar-te de lá,
assim mesmo, sem começo nem meio, dei-te fim.
Eu sei que tu estás ai a vibrar tal qual
as águas rasas de um lago campestre ao
ir de encontro com uma rocha lançada
pelas mãos de uma criança silvestre.
Eu sei que queres vir á tona
e explodir em faíscas na superficie da minha alma.
Eu sei que tu voltastes porque nunca quisestes partir,
fui eu quem mandou-te ir.
E se ainda quiseres, achegue-se e aconchegue-se
assim sem dor,
que desta vez não te desprezarei, mas te amarei como posso,
sem medo, sem receio,
oh amor!

Laura Santos

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Casamento

Ela se casou. Já não morava mais em casa há muito tempo, mas parece que agora ela partiu mesmo. Ela se casou com tudo que tem direito, como manda o protocolo, como deu, como podia e como queria. Ela se casou e, por hora, restam não mais do que lembranças, fotos e recordações desse casamento. Te amo.












E a ressaca...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Seu nome

"Se eu tivesse um Bar ele teria seu nome;
Se eu tivesse um barco ele teria seu nome,
Se eu comprasse uma égua daria a ela seu nome;
Minha cadela imaginaria tem o seu nome;
Se eu enlouquecer passarei as tardes repetindo seu nome;
Se eu morrer velhinho, no suspiro final balbuciarei o seu nome;
Se for assassinado com a boca cheia de sangue gritarei o seu nome;
Se encontrarem o meu corpo boiando no mar, no meu bolso haverá um bilhete com o seu nome;
Se eu me suicidar, ao puxar o gatilho pensarei no seu nome;
A primeira garota que beijei tinha o seu nome;
Na sétima série eu tinha duas amigas com o seu nome;
Antes de você tive três namoradas com o seu nome;
Na rua há mulheres que parecem ter o seu nome;
Na locadora que freqüento tem uma moça com o seu nome;
Às vezes as nuvens quase formam o seu nome;
Olhando as estrelas eu sempre consigo desenhar o seu nome;
O ultimo verso do famoso poema de Eloá poderia muito bem ser o seu nome;
Apolineris escreveu poemas a lua porque na loucura da guerra não conseguia lembrar o seu nome;
Não entendo porque Chico Buarque não compôs uma musica para o seu nome;
Se eu Fosse um travesti usaria o seu nome;
Se um dia eu mudar de sexo adotarei o seu nome;
Minha mãe me contou que se eu tivesse nascido menina teria o seu nome;
Se eu tiver uma filha ela terá o seu nome;
Minha senha do emai-l já foi o seu nome;
Minha senha do banco é uma variação do seu nome;
Tenho pena dos seus filhos porque em geral dizem mãe ao invés do seu nome;
Tenho pena dos seus pais porque em geral dizem filha ao invés do seu nome;
Tenho muita pena dos seus ex-maridos porque associam o termo ex-mulher ao seu nome;
Tenho inveja do Oficial de Registro que datilografou pela primeira vez o seu nome;
Quando fico bêbado falo muito o seu nome;
Quando estou sóbrio me controlo para não falar demais o seu nome;
É difícil falar de você sem mencionar o seu nome;
Uma vez sonhei que tudo no mundo tinha o seu nome;
Coelho tinha o seu nome, xícara tinha o seu nome, teleférico tinha o seu nome;
No índice aromático da minha biografia, haverá milhares de ocorrências do seu nome;
Na falta de corda para onde olha o luthier se não para o infinito do seu nome;
Algumas professoras da USP seriam menos amargas se tivessem o seu nome;
Detesto o trabalho porque me impede de concentrar no seu nome;
Cabala é uma palavra linda, mas não chega aos pés do seu nome;
No cabo da minha bengala gravarei o seu nome;
Não posso ser Niilista enquanto existir o seu nome;
Não posso ser Anarquista sem suplicar a declaração do seu nome;
Não posso ser Comunista se tiver que compartilhar o seu nome;
Não posso ser Fascista se não quero impor a outros o seu nome;
Não posso ser capitalista se não desejo nada alem do seu nome;
Quando eu saí da casa dos meus pais fui atrás do seu nome;
Morei três anos num bairro que tinha o seu nome;
Espero nunca deixar de te amar para não esquecer o seu nome;
Espero que você nunca me deixe para eu não ser obrigado a esquecer o seu nome;
Espero nunca te odiar para não ter que odiar o seu nome;
Espero que você nunca me odeie para eu não ficar arrasado ao ouvir o seu nome;
A literatura não me interessa tanto quanto o seu nome;
Quando a poesia é boa é como o seu nome;
Quando a poesia é ruim tem algo do seu nome;
Estou cansado da vida, mas isso não tem nada a ver com o seu nome;
Estou escrevendo o 58º verso sobre o seu nome;
Talvez eu não seja um poeta a altura do seu nome;
Por via das duvidas vou acabar o poema sem dizer explicitamente o seu nome."

Por Fabrício Corsaletti

terça-feira, 4 de maio de 2010

Ele e ela não seriam eles?

Ela viu e gostou, mas achava que ele viu e nem notou.
Eles tiraram umas poucas fotos juntos, beberam um tanto,
fumaram um cigarro e outro.
Tarde da noite ele foi embora, ela ficou.
No outro dia se encontraram, ela tava feliz,
ele disse que tava lá, ela gostou.
Também gostou dos seus olhos verdes,
da sua cara de santo, do sorriso indiscreto,
da pouca idade, do cheiro de alcool e cigarro
e de como podiam dar certo.
Ele a beijou, ela sorriu e se controlou.
Eles ficaram por algumas horas juntos,
bom o suficiente para não se preocuparem,
se divertirem e um pouco se amarem.
Ela tentava alcançar uma boca mais alta que a sua
equilibrando-se na ponta dos pés, ele a abraçava
e eles se apaixonavam talvez.
Ela foi embora com o pensamento nele e no que passou.
Ai ele ligou pela primeira vez.

Laura Santos e ponto.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Chapter VI

Lá se vai mais um capítulo encerrado do livro que eu faço questão de escrever sobre as minhas aventuras desses anos dourados que vivo. Sem medo, sem receio, sem dor, nem choro e nem vela, apenas lembranças dos bons tempos que foram bons enquanto duraram, mas agora é hora de viver outras lembranças, explorar outros territórios, arriscar-se em outras almas. É bom pensar num recomeço, pois cada recomeço é uma oportunidade nova que nos convida e ser feliz acima de toda mágoa passada, pois passado é somente passado, mas o futuro, além de incerto, acontece na medida em que sonhamos, planejamos e deixamos acontecer na naturalidade dos fatos. Lá se vai um capítulo. Não posso dizer que não fui feliz e que me empenhei para manter os bons sentimentos que haviam, mas a somatória de pequenos infortunos me obriga a mudar para a próxima página antes que todo o livro da nossa história naufrague em mares de desafeto e indiferença. Também não posso negar que o que o próximo capítulo guarda me deixa excitadamente curiosa, mas sobriamente ciente de que é necessário manter a razão e consciência. Esse capítulo há de ser deliciosamente bem vivido, assim como todos os outros, mas com um quê de doçura, ternura e cabelos encaracolados como os de um anjo tão bonito. Esse capítulo há de ser angelical.

Laura Santos ao som de Jota Quest dando tchau e oi ao mesmo tempo.