quinta-feira, 25 de junho de 2009

Nordeste parte III

Ontem, por motivos diversos, eu não pude postar. Estou tomando antibióticos esperando ficar boa para as férias que já chegaram. Enfim, continuando a sequência de posts sobre Recife, hoje vou falar da FENNEART. A Feira Nacional dos Negócios de Artesanato e também do Salão de Arte Popular de Pernambuco acontece em Olinda no período de 4 a 13 de julho. A feira envolve todos os estados brasileiros e conta com a participação de outros países para a sua realização. "Para esta edição os organizadores esperam 220 mil visitantes e uma movimentação de R$ 20 milhões em negócios durante os dez dias nos 770 estandes instalados, com mais de 3.200 expositores." Ano passado eu tive a sorte de chegar na época da feira e eu me encantei demais. Para se ter uma noção do tamanho do evento, a gente chega de tarde e sai de noite. É um galpão que quando entra, não dá mais pra sair porque são duas portas e todo mundo caminha num único sentido. Além dos stands com MILHARES de coisas artesanais para serem vendidas, o evento também conta com a apresentação de grupos locais, banheiros super limpos, estacionamento completíssimo e uma praça de alimentação lindinha. Só quem viu aquilo para ter ideia do que se trata. Vale lembrar que os ingressos são bem baratinhos e é melhor levar alguém pra ajudar a carregar as sacolas porque a gente quer comprar TUDO.
Abaixo algumas fotos para ilustrar a imensidão, diversidade e cultura da feira.







(A Jú vai ser mãe, eu vou ganhar um primo e finalmente meu pai vai ser tio. Felicidade fluindo nas famílias Santos e Rocca.)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Nordeste parte II

Seguindo a sequência de postagens dessa semana, volto a falar do Nordeste como referência para as férias. Ontem falei de restaurantes e barzinhos, hoje vou falar de cultura e pontos turísticos.

Bem pertinho de Recife, fica Olinda. Um lugar de dar água na boca e enxer os olhos de tanta coisa bonita e cultural. Ano passado eu tive que visitar três vezes, todas as três vezes eu me encantei. Em se tratando de cidade, é tudo muito tradicional como vestígio da influência holandesa e alemã. As igrejas, a cidade acidentada, as lojas e as casas ainda guardam partes da história que vale a pena conhecer. Abaixo, mais fotos de tudo que não pode passar em branco.



Essa igreja (vou me lembrar do nome) fica no ponto mais alto da cidade. É encantadora. Toda sua arquitetura foi prezervada e na parte de trás da igreja tem uma espécie de pátio que oferece uma vista dislumbrante pro mar e pra cidade. Lá de cima também dá pra ver a casa do Alceu Valença que era alugada pelo Bar da Boa, mas depois virou ponto da Skol, por isso agora é pintada de amarelo.



Saindo a pé da igreja, a uns cinco minutos andando, tem uma pracinha e um conjunto de lojinhas que vendem de tudo que é artesanal. É tudo muito gracioso e pequeno, o que dá um ar aconchegante e simples.







Tudo é muito encantador e curioso, vale a pena andar um pouco, entrar nas lojinhas, conversar com os vendedores.

Amanhã falo mais.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Destino: Nordeste

Pessoas, as férias chegando e muita gente ainda não sabe pra onde ir nem o que fazer. Por isso, nas próximas postagens vou dar dicas de lugares e atividades para essas férias. São os mais diversificados lugares que, com certeza, algum te chamará a atenção.

Pra começar, vou falar É CLARO, de Pernambuco. Que lugar incrível. Cultura, tradição, comida, feiras e mimimis tudo num lugar só. Pra ser mais específica, recomendo que vão para Recife, a capital do estado, e viagem pelo entorno. É tudo muito perto e cheio de coisas surpreendentes.
Abaixo algumas fotos para ilustrar o que não pode faltar nesse roteiro pernambucano.


Esse bar se chama Boteco*. Tombado pelo patrimônio estadual, o bar é super indicado pra quem vai com família ou amigos. Tem uma vista incrível pro mar, chopp gelado e cremoso e um rodízio que vai de casquinha de siri a camarão empanado. Vale a pena também experimentar o tomate recheado e a empadinha de carne seca. Na parte de cima do lugar, tem um sushibar pra quem gosta de uma comidinha japonesa. Tudo de muito bom gosto.

*Boteco, Av. Boa Viagem, 1660
Recife - PE.


Pin Up Burgueria*, um dos meus lugares preferidos. O restaurante imita as burguerias norte-americanas dos anos 50 e 60. Totalmente ambientalizado, o lugar é incrível para quem gosta de pin ups, sofás vermelhos, hamburgueres gigantes e milk shakes deliciosos. Tudo é bem americanizado, desde o uniforme dos funcionários, até o cardápio. Juro que eu nunca mais quis sair de lá! Super provado e aprovado.



*Pin Up Burgueria, Av Herculano Bandeira, 692
Recife - PE.

Pra quem quer mais informação, AQUI tem o site da burgueria que não podia ser mais fofo.

Amanhã vou falar mais de Pernambuco, já que o roteiro é grande e as opções são infinitas.

domingo, 21 de junho de 2009

Ópera do Malandro

Viajando no youtube e pensando em Chico Buarque, achei esse vídeo do seu filme Ópera do Malandro. Sem dúvida é um dos clássicos que o Brasil tem. Abaixo também tem a letra pra acompanhar.

Merece o clique, pessoas.



TANGO DO COVIL

Ai, quem me dera ser cantor
Quem dera ser tenor
Quem sabe ter a voz
Igual aos rouxinóis
Igual ao trovador
Que canta os arrebóis
Pra te dizer gentil
Bem-vinda
Deixa eu cantar tua beleza
Tu és a mais linda princesa
Aqui deste covil

Ai, quem me dera ser doutor
Formado em Salvador
Ter um diploma, anel
E voz de bacharel
Fazer em teu louvor
Discursos a granel
Pra te dizer gentil
Bem-vinda
Tu és a dama mais formosa
E, ouso dizer, a mais gostosa
Aqui deste covil

Ai, quem me dera ser garçom
Ter um sapato bom
Quem sabe até talvez
Ser um garçom francês
Falar de champinhom
Falar de molho inglês
Pra te dizer gentil
Bem-vinda
És tão graciosa e tão miúda
Tu és a dama mais tesuda
Aqui deste covil

Ai, quem me dera ser Gardel
Tenor e bacharel
Francês e rouxinol
Doutor em champinhom
Garçom em Salvador
E locutor de futebol
Pra te dizer febril
Bem-vinda
Tua beleza é quase um crime
Tu és a bunda mais sublime
Aqui deste covil

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Todos os dias

Todos os dias, no horizonte de algum lugar, um novo sol nasce trazendo consigo a esperança de um dia melhor. Todos os dias, incansavelmente, ele está ali, as vezes mais frio, as vezes mais quente, as vezes mais tímido. É quando vejo pelas frestas da minha janela, alguma poeria cintilante dançando numa companhia de balé russo ao som de não mais do que o silêncio matinal. Todo os dias o sol nasce e espelha no meu quarto raios luminosos que refletem na minha cama e me acordam como um beijo morno, doce, colorido. Não posso reclamar do dia que surge se acordo sendo beijada. Todos os dias ele nasce, quem pode negar? É quando cheira café e bolo de milho frescos, quando as crianças saem para a escola, quando as pessoas vão para seus trabalhos, uns reclamando, outros contentes. Todos os dias ele nasce, não pode ser diferente. É quando me sinto aliviada por poder ver o mundo assim, tão mais claro. Tenho medo da noite, tenho medo do escuro, tenho medo de não poder ver os frutos que as árvores ofertam. E quando o sol nasce, também nasce um novo dia que eu só espero que me traga soluções, esperança, amores e alguma surpresa.

Todos os dias um sol nasce, quem poderia evitar?

Laura Santos

[Lucky - Radiohead]

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Profissional

Ah quem me dera ser compreendida
que essa é a profissão da minha vida
e que eu amo ser assim.

Ah quem me dera me amassem
e em notas verdes me pagassem
o prazer que eu lhes dou sem fim.

Mas que esquinas de gente pequena,
tomam minha alma por pequena
só porque nunca me formei.

Mas na profissão da vida,
gosto de ser vadia
enquanto garis pagam de rei.

E quando me pergutam maliciosamente,
se não gostaria de uma vida decente,
eu respondo que não.

Pois como médicos e doutores,
também tenho dinheiro e amores
e alimento as crianças com pão.

Flor de Moraes

domingo, 14 de junho de 2009

Pássaros

Pássaros engaiolados cada um de um lado
anseiam de bom grando que se soltem os cadeados
e que voem livre lado a lado.

Pássaros de sobrevôos breves e rasantes
pedem que não vivam assim tão distantes
e livre sejam por alguns bons instantes.

Pássaro que vai pousar na minha janela,
tenho tanto medo de que um dia vais embora,
deixando triste minha alma que chora
e nem se lembre quão nobre era ela.

Pássaro que eu quero que aqui esteja,
por favor amor não me negue,
mas se por ventura eu não me apegue
lembre-se de tudo que é breve,
e que assim seja.

Flor de Moraes

[Peaches and Cream - John Butler Trio]

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Retrato em Branco e Preto

Música: Retrato em Branco em Preto.
Composição: Tom Jobim e Chico Buarque
Interpretação: Tom Jobim e Elis Regina (mas com Ney Matogrosso também é demais)
Crítica: Impressionante. Tom e Chico têm a letra, Elis e Ney têm a interpretação. Para quem anda meio melancólico, meio indiferente com a vida, é genial. Parece que lava a alma.

Abaixo duas versões da música e a letra.





"Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho,
E sei também que ali sozinho,
Eu vou ficar tanto pior
E o que é que eu posso contra o encanto,
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto e que, no entanto,
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes, velhos fatos,
Que num álbum de retratos
Eu teimo em colecionar

Lá vou eu de novo como um tolo,
Procurar o desconsolo,
Que cansei de conhecer
Novos dias tristes, noites claras,
Versos, cartas, minha cara
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado,
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado e você sabe a razão
Vou colecionar mais um soneto,
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração."

[post melancólico para o dia dos namorados que eu passarei sozinha e bem, sim]

terça-feira, 9 de junho de 2009

Embarcação

Erguei-vos mastros do meu barco à vela
que eu nunca mais hei de vê-la
nunca mais hei de tê-la
nem nunca mais hei de chorar por ela.

Erguei-vos, oh mastros do me barquinho
que ora já se faz tempo futuro
vamos que água também é solo duro
e eu não quero debater-me pelo caminho.

Soprai os ventos da saudade
e levem meus beijos pra ela
dona dos meus sonhos, pequena donzela
desde agora e sempre eternidade.

Carreguem de água e comida
os porões dessa embarcação
pois já trago calejado coração
dessa farta e mísera vida.

H. Guimarães

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Quando eu crescer

Pai, eu sei o que eu quero ser quando crescer.
Sabe aqueles homens assim, meio tipo, vagabundos? Desses que ficam até tarde na rua, dormem na sarjeta, bebem cerveja, saem com umas vadias, escrevem nos guardanapos e batucam na mesa? Desses assim, meio descompromissados, cheios de amor e poesia que andam falando de Vinícius e Elis? Sabe pai, aqueles que sentam na calçada, sonham com a vida e não pedem nada? Eu quero ser um deles. Quero sentar na calçada, escrever um poeminha, batucar na caixinha de fósforo, quero acender um cigarro e ter sempre uma boa companhia (nem que seja boa de cama) e quero morrer cercado dos meus amigos, meus amigos tão beatnicks e boêmios quanto eu. Sabe pai, eu quero ser assim. E que me falte o dinheiro, mas não a poesia, e se me faltar família, terei um copo de cerveja e um cigarro que muito me servem de companhia.

Eu quero ser assim.

Laura Santos

sábado, 6 de junho de 2009

Interdisciplinar


Texto desenvolvido com finalidade acadêmica para o projeto Interdisciplinar I da faculdade ESAMC Uberlândia.
Tema: O poder da imagem.
Tema do projeto: Influência Norte - Americana

Prezados amigos Portugueses,

Saudações e novidades dessas terras tupiniquins. Tenho muito que contar.
Tão logo que os amigos partiram, as coisas começaram a ficar assim, meio português, meio inglês e a gente nunca sabe muito o que é o que. Não tem mais a farinha de mandioca, nem o peixe assado, nem as frutas frescas e tropicais, agora a gente come hamburguer no McDonalds, toma Coke e engorda a lot. Nos finais de semana tem happy hour com os amigos, tomamos Heineken gelada e comemos mais junk food. Tem mais, amigos lusitanos, nossas crianças não brincam mais no playground do condomínio, agora elas jogam Speed Racer no Vídeo Game com a televisão em High Definition e preferem nuggets com catchup ao famoso bolo de milho brasileiro. Se não é o tal do vídeo game, é o tal do chat on the internet, status online e meu dinheiro sumindo quando o mouse quebra ou tenho que comprar um flat monitor ou um novo HD, ou Hard Disk para os amigos leigos. No país do futebol, agora também se joga golf e baseball e pratica-se body jump.
A gente também está ficando mais bonito, agora tem make up diurna e noturna, balm stick para os lábios secos e mega hair para o cabelo curto ficar longo em questão de horas. E não há nada, absolutamente nada que Photoshop não dê jeito. Tem horas que a gente tem que se acostumar, sabe? Quando eu vejo meu filho falando que vai fazer o “download do filme Star Wars, da série Lost e da banda Nirvana Unplugged MTV live at New York” eu pergunto: Vai comer ou vai passar no cabelo, filhinho? Aí ele me manda ir ver Big Brother Brasil.
A educação também mudou, como tudo nesse país. Agora se fala muito em marketing, feedback, e festa open bar. Na rua a gente recebe flyers, folders e vemos banners e outdoors de longe. É tanta coisa que eu já ando fazendo uma lista pra não me perder. Eu sei que Nike fica na loja de tênis, Masterfoods fica na gôndola do supermercado e screamo não é a mesma coisa que hardcore. Ah que saudades eu tenho do bom e velho blues!
E apesar de tudo isso, de toda essa desconstrução de identidade nacional, a globalização desenfreada e a informação cada vez mais rápida, ainda assim, nós somos uma população feliz, cheia de highs and lows e podendo dizer: Yes, we can porque nós somos brasileiros and we never give up.
E como diriam os americanos,
See ya’

P.S: Assim que tiver tempo, te mando um email sobre o último episódio da família mais querida, os Simpsons. E ah! Agora eu tenho myspace, facebook e twitter pra manter o contato com essas terras distantes.

Kisses.

Brasil.


Laura Santos

terça-feira, 2 de junho de 2009

Mas é claro

E já era tempo de ver as folhas caindo
e o sol muito pouco esquentando,
já era tempo de sair mais agasalhado
e ver a gente se amando,

já era tempo que você chegasse logo,
e de repente me livrasse do frio,
já era tempo andar mais rápido
e preenchar ora o espaço vazio.

Já era tempo do tempo frio chegar,
sem medo e apressado,
já era tempo desse frio tempo gelado,
e mais cortante do que a pior dor que eu carregar.

Mas já era tempo, porque até o tempo se vai,
e se eu me lembro das tardes quente de verão e
da pouca roupa?

-Mas é claro, eu fui tão feliz...

Flor de Moraes