sexta-feira, 29 de maio de 2009

Dia de parabéns

Ímpar a distância que se extende
garantindo apenas as lembranças que
ontem não apagou, mas
repetem-se todos os dias quando deito e
sonho
aquele sonho que tinha quando criança e agora
levo pra velhice, até enquanto
enquanto durar sua imagem
solitária de quando você foi embora
ficando apenas a hora que
eu pedir pra você ficar,
repetindo seu nome,
respondendo um condinome,
ensaiando sua volta,
ignorando a última fala
retocada que eu ensaiei no dia
antes da sua partida.

Feliz aniversário.

[Regra de Três - Vinícius de Moraes e Toquinho]

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Preferência

Se de amor fiquei prostrado,
num copo de whisky acho leito de socorro,
porque quando penso que vivo, tanto de sonho morro.

E de amor fiquei pobre,
porque tu me levaste até minhas moedas
deixando-me dependurando a esperar-te na janela.

E se de amor penso ser coitado,
muito me faz o coração enganar
pois prefiro ainda que por engano
amar outro coração leviano
do que de verdade lágrima chorar.

H. Guimarães

terça-feira, 26 de maio de 2009

Mais saudade



"What you wanna say,
Wait until you get home.
I'm sick of communicating now over the telephone.
Tell me how you feel,
For I am lonely too
Need you to know
I'm just as cold and numb as you."

[tá, eu ando sem tempo, tenho que me dividir entre faculdade, agência, família e amigos]

sábado, 23 de maio de 2009

Agora sim

Eu que andara distraído
trazendo no bolso poucos centavos
o paletó um tanto retalhado,
eu que tropecara n'outro amor distraído.

Me veio sem trazer nada,
nem pão, nem dinheiro, nem poesia,
não me deu nada que não podia
nem nada que eu já não estava acostumada.

Ele de bolso vazio,
sem casa, sem abrigo e proteção
me oferecia a mão de amigo e amor de coração
quando me veio e apenas me sorriu.

Agora vamos aonde o vento nos levar,
e continuamos na miséria e probreza
mas agora nos vestimos de beleza
e moramos onde o amor nos abrigar.

Flor de Moraes

[Confessions - Dallas Green]

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Notícias musicais


Música é solidariedade. Reune pessoas, arrecada fundos, junta e mistura estilos, promove. E nesse contexto solidário, a gente vê pessoas do próprio meio musical se ajudando. É o que estão fazendo os conjuntos Korn e Slipknot para ajudar o baixista da banda Deftones. "O músico sofreu um acidente de carro em novembro do ano passado e ficou em coma durante pouco mais de cinco meses. Atualmente, a família de Chi Cheng precisa levantar verba para cobrir as despesas hospitalares.

Para ajudar Cheng e sua família, o baixista Reginald Arvizu e o baterista Ray Luzier (Korn) se juntaram aos guitarristas Jim Root (Slipknot), Clint Lowery (Sevendust) e Brian Welch (ex-Korn) para gravar uma música instrumental, informa o site Gigwise.

A data de lançamento ainda não foi anunciada. O baixista Chi Chen.g se recupera em estado de semiconsciência."

Isso é pra provar que além de toda essa concorrência por fãs, direitos autorais, cachês e imagens, existem artistas que ainda se preocupam com o espírito solidário e humanitário acima da competição artística.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Agência



Nove Comunicação presents:

THE AMERICAN WAY OF LIFE.

Coming up...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Improviso


É quando a imaginação owna.

domingo, 17 de maio de 2009

Só por hoje

Você não gostaria de ficar essa noite?
Só essa noite?
E só por hoje não me deixar?
Segurar minha mão,
beber aquele vinho suave,
escutar aquela música que nos envolve.
Só por hoje você não gostaria de ficar?
Dançar uma valsinha comigo,
ler as cartas que eu nunca te mandei?
Você não gostaria?
De comer frutas frescas,
de me amar de novo,
de trazer seu amor uma última vez pra mim?
Não quer?
Que eu seja outra vez sua,
ver minha mão na sua,
sair correndo descalços pela rua?
Por que você não fica?
E me faça dormir até ter um sonho bom,
e acarinhe meu cabelo de mansinho,
e me cante alguma coisa no tom
e me faça companhia até que você
deixe de ser sozinho?

Por que você não fica?
Não vá embora, não me deixe
na saudade,
não me deixe agora,
não me deixe mais.

Flor de Moraes

[As much as I ever could - City and Colour]

[sinto tanto a sua falta, ainda queria você aqui. Pra me ensinar da vida, pra viver esse tempo comigo, pra ser meu pai, meu tio, meu irmão e meu amigo. TE AMO]

sábado, 16 de maio de 2009

Receitinha


Com o frio chegando, nada mais aconchegante do que se esquentar comendo algo saudável, gostoso e fresco. Vai aí uma das minhas receitas preferidas que eu acho que combina demais com o frio.

Penne ao molho gorgonzola.

1 pacote de macarrão pene
1 lata de creme de leite
1 tablete de manteiga
1 tablete de caldo de carne
1 colher de requeijão cremoso
1 caixa de molho de tomate
100g de queijo gorgonzola

Enquanto o macarrão cozinha, amasse o tablete de caldo de carne com a margarina e o queijo gorgonzola. Coloque na panela para dourar. Quando estiver dourando, coloque o molho de tomate, e por último o creme de leite e o requeijão cremoso.
Acerte o ponto do sal de acordo com a preferência.

Dicas:
Vale MUITO a pena colocar brócolis também. Para isso, basta fritar levemente o brócolis no azeite e misturar ao macarrão e o molho.
Também vale a pena tomar um vinho, de preferência tinto e seco. Pode ser gelado ou temperatura ambiente.
E por fim, prefiram BB King , The Yardbirds ou qualquer blues para trilha sonora.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Diversos

Bem, pra sair um pouco da rotina poética, literária e cultural desse blog, vou postar uma sacada de publicidade em Recife. O Jornal do Commercio (sim, commercio com dois Ms) precisava anunciar a si mesmo! Ai, fizeram esse vídeo que entrou na cabeça não só dos moradores de Recife e região, mas dos turistas que, assim como eu, sairam de lá cantando a musiquinha. O resultado foi brilhante. Hoje existem mais de 20 versões do vídeo e muitos foram veiculados. Vou postar dois, mas deixo o site do jornal AQUI para quem quiser ver mais. O primeiro vídeo é o original da campanha, os outros, tanto o do blog, quanto do site, são os vídeos realizados por clientes.




quinta-feira, 14 de maio de 2009

Verdades

Ainda que eu andasse, nunca sairia do lugar,
ainda que eu falasse, nunca diria nada,
ainda que eu explicasse, ninguém entenderia,
ainda que eu gritasse, ninguém escutaria.

Ainda que eu plantasse, regasse e cuidasse do jardim,
ainda que eu muito fizesse,
ainda que muito eu queisesse,
ainda que muito eu me esforçasse,
nunca, nem nada, nem ninguém, nem coisa alguma
brotaria de árvore que eu plantesse.

Sou eu, tão somente eu, esse corpo vazio,
perecível, egoísta e frio.
Sou eu, esse desastre humano,
que nasceu por erro e vive por engano.
Sou eu, essa indecência interminável
de dúvida constante,
pecado imperdoável
e doença incurável.

Sou eu, mendiga da própria existencia,
carente de amor, de atenção, de solidão.
Sou eu, o que não queria ser,
o que nunca será,
o que vê vindo e deixa escapar
a que nasceu anônima
e tão desconhecida, um dia, partirá.

-Levando nem a infinita desilusão que só a vida me proporcionou.

Laura Santos

[Hide and Seek - Imogen Heap]

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Passou

Ontem, depois que você saiu por aquele porta afora,
eu até pensei em sofrer, pensei em chorar,
pensei em cair, pensei em beber,
mas antes que eu me encontrasse
embriagada, estirada no chão de alguma praça,
eu já estava de pé.
Sim, eu me reergui antes mesmo de desabar,
não vale a pena cair por qualquer terremoto,
não vale a pena sofrer por qualquer não,
nem vale a pena sofrer por você.

E nem chorar eu chorei,
apenas sentei na calçada e observei o dia cair.

Quem sabe um outro amor não tropeçava em mim?

Flor de Moraes

terça-feira, 12 de maio de 2009

Reencontro

Vem cá, meu caro amigo Vinícius, vamos falar do Nelsinho, tá lembrado dele? Viu o que ele escreveu no seu último livro? Pois é, uma polêmica. Tá lá escrito "Vai tomar no cu" em boas letras em tinta preta impressas. É meu amigo, a vida como ela é. E a Clarice? Tanto tempo que não falo com ela, soube que num surto no hospital, as beiras da morte, ela saiu louca, desvairada correndo pelos corredores e disse à enfermeira que tentava acalma-la "Você acabou de matar minha melhor personagem." Claricinha, tão meiga, tão doce, tão apaixonada. E Leminski? Leminski é um bom companheiro, disse que não há mais nada bonito que a bosta da pessoa amada. Leminski é um cachorro louco, um eterno adolescente. Mas me fale de Quintana, ele já virou passarinho? Ah, meu amigo Vinícius, ainda tens whisky pra gente beber? Eu levo um cigarro e a gente passa uma tarde em Itapoã, sim? Sinto tanta falta de nossas conversas e dos poeminhas que a gente rabiscava. Não sentes falta desse tempo, poetinha? E onde estão nossos velhos companheiros? Morreram de amor, de cachaça, ou de desgosto? Onde está a poesia de que tanto gostávamos e agora se foi? Diga-me, poeta, a vida agora é só isso? Nem sambinha, nem prosa, nem a bossa nova? Mas que vida mais sem graça! Nem cheiro de mar, nem cachaça de rolha, nem as putinhas novas de Copacabana mostrando-me seus seio rosados! Ah meu caro, sei lá, a vida tem sempre razão. Enfim, dê lembranças a Powell, Toquinho e Chega de Saudade!

Flor de Moraes

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Quem sabe?

De repente vai-se um sonho embora,
vai o que não foi agora,
de repente vê o mundo de cabeça pra baixo,
de repente de certeza eu penso que acho.

De repente não está que já esteve,
perde o que um dia já teve,
de repente fecha a porta aberta,
de repente faz-se errada a escolha certa.

E de repente tudo ficou apertado,
escuro, estranho, complicado,
de repente anda-se numa corda bamba
e vê quem corre e cai e descamba.

De repente era pra ser e não foi
e tornou-se tchau o que era oi,
de repente preto pode ser branco
e de repente o sofrimento pode ser mais brando.

De repente, quem sabe?

Flor de Moraes

[Waiting... - City and Colour]

domingo, 10 de maio de 2009

Amor e saudade

Hoje eu precisava escrever tanta coisa. Precisava falar do amor pela minha mãe e a saudade que eu sinto do meu tio que foi praticamente pai. Hoje eu precisava escrever para preencher as linhas da saudade, pra ocupar minha cabeça de palavras, pra não pensar em mais nada. Precisava escrever as lembranças do final de semana, tão raras, tão boas, tão errôneas. Eu só precisava escrever qualquer coisa bonita, qualquer coisa feliz, qualquer saudade, qualquer desejo, qualquer amor, homenagem. Mas eu não sei escrever, não sei contar o meu amor pela minha mãe e a saudade que eu sinto todo dia desde que ele se foi há nove anos atrás. O que eu escrevo é por eles e para eles, que tanto me ensinaram, me ajudaram, que eu tanto aprendi. Aprendi a ser gente, a ser decente, a andar pra frente. Aprendi a amar, a ser amável, a gostar de música, literatura, cerveja. Tanto amor, tanta ausência. Amor por quem mora longe e por quem nunca mais vai voltar. Amor por quem nem os anos levam embora.

Hoje eu queria escrever palavras, mas só consegui escrever amor e uma dose de saudade.
Eu amo vocês incalculavelmente.

[Better Man - Pearl Jam]

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O Ipê

Vem cá, menina,
me deixa te mostrar o que eu aprendi
quando vi a vida plantada num
pé de Ipê esperando ela mesma passar.
Tá que o pé cresceu, e as folhas
cairam e morreram e outras folhas
vieram, flores também.
Mas, e a vida lá, encostada
num pé de Ipê, esperando
que eu escrevesse no tronco
alguma coisa do tipo:
Eu e você,
um coração de decoração?

Entende, menina?
A vida espera escostada
numa árvore do cerrado
que a gente se ame
e que o resto se dane.

H. Guimarães

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Ele que volta

Ontem ele veio me visitar.
Estava deslumbrante
vestido de cetim e olhos de diamante
dizendo que voltou pra ficar.

Ontem ele veio,
nem me avisou antes
veio de longe e de tempos distantes
acolhendo-me em teu seio.

Ontem ele chegou,
trazendo flor e espinho,
sentado estava, sentado ficou
oferecendo-me dor e carinho.

E ontem eu o recebi,
ainda assim meio torpor
foi tão rápido que nem vi
que de amor morro e de amor morri.

Ontem ele voltou, finalmente.
Mata-me, oh amor ordinário!
Prefiro morrer de amor a me sentir, de solidão, doente.

Flor de Moraes

[Summer Skin - Death Cab for Cutie]

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Eterno



Tava ali, um mundo intocável, impenetrável, impecável, tava ali.
Eu cheguei toquei, baguncei, penetrei.
Eu fiz, desfiz, mal e bem te quis.
Agora eu quero ir embora,
eu quero dar o fora
e não quero que você venha comigo.
Eu quero fechar o mundo
e pela última vez eu confessar
esse sentimento que me enjôa,
me magoa
e me faz feliz.

Laura Santos

[não agora, nem mais e nem nunca]

Nunca mais

Moço, eu já tinha alguma idade
quando você cruzou meu caminho,
já tinha caráter e passava batom
vermelho nos lábios,
já me embriagava de
álcool e já dormia com
um e com outro.
Moço, que ousadia você
no meu caminho!
Fazendo festa comigo
e hora com a minha cara,
que tara, moço, que tara!

Mas sabe, seu moço,
agora a estrada ficou
apertada pra caber nós
dois,
vou me contentar com
essas lembranças foscas
pra me preocupar
um dia, quem sabe,
depois.

Flor de Moraes

[Thanks a lot - Third Eye Blind]

Vida e morte

Eu vou morrer de amor,
chamando por você aqui
enquanto você se negar
a estar comigo.

Eu vou morrer sozinho
servindo de companhia
à outros amantes
solitários,
eu vou morrer amargo,
negado,
recusado,
mendigado.

Eu vou lamentar meu destino,
morrer sozinho sem seu carinho,
morrendo a mercê do destino.

E antes de morrer,
no meu último suspiro
vou reunir forças
e chamar seu nome
pela última vez.

Vai ser minha canção fúnebre.

H. Guimarães

[sim, eu estou de volta, preciso de um jeito ou de outro desabafar]